
Série especial “Pedintes”, do Piauí TV 2, da Rede Clube, investiga o que acontece depois que a doação sai das mãos de quem doa. No primeiro episódio, homem pede doação de leite, especifica tipo e valor. Ao, receber, vende o produto por um preço abaixo do mercado. O ciclo se repete várias vezes ao dia. Homem pede ajuda nas ruas de Teresina
Reprodução: TV Clube
Um homem, que se identifica apenas como Francisco, costuma pedir auxílio para comprar alimentos em estacionamentos de farmácias e supermercados da Zona Leste de Teresina. Ele alega, em um cartaz feito com isopor, que tem um filho e precisa de ajuda. A história é contada no primeiro episódio da série especial “Pedintes”, exibido nesta segunda-feira (24) no telejornal Piauí TV 2, da Rede Clube.
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Francisco se aproxima de pessoas, algumas dispostas a ajudar, e pede doações de leite para o filho pequeno. O homem menciona que precisa de leite integral de uma marca específica e justifica ser o mais recomendado para a criança. A lata do produto custa em média R$ 40 e pode chegar ao dobro do valor de outro tipo da mercadoria.
Após receber a lata de leite, Francisco vai à outro ponto e vende o produto a outro homem, por R$ 14, preço bem abaixo do valor de mercado.
Em seguida, o homem retorna para o lugar onde pediu inicialmente e o ciclo reinicia.
Troca de alimento doado por dinheiro.
Reprodução: TV Clube
Uma funcionária de uma farmácia da região, que preferiu não ser identificada, afirmou à TV Clube que já presenciou o esquema de Francisco outras vezes.
Confissão
Ao ser abordado e questionado pela equipe da TV Clube, Francisco chega a negar o golpe e diz que apenas guardava o produto com outras pessoas mas, momentos depois, confessa a prática.
“Tem dia que ninguém dá nada, tem dia que ganho uma, duas latas. Tem gente que dá fralda também, mas isso é só quando outra pessoa encomenda pra mim”, relatou.
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Prática pode configurar estelionato
Segundo o advogado especialista em direito do consumidor Caio Almeida, em casos como esse, o que era para ser uma simples boa ação acaba se tornando algo passível de investigação policial.
“Ele enganou o consumidor, praticou um tipo de estelionato. Essa ação pode ser objeto de uma investigação policial, porque pode ter várias pessoas nesse meio. Por exemplo, as pessoas que captam essas pessoas para estarem na frente do estabelecimento, a que recebe o produto e vai vender. Ao final das contas, nós podemos ter uma associação criminosa”, afirmou Caio Almeida.
Pedir dinheiro nas ruas, a chamada mendicância, não é ilegal, mas usar a boa vontade alheia para aplicar golpes, configura ao crime de estelionato, que pode levar a de 1 a 5 anos de reclusão.
*Estagiária sob supervisão de Ilanna Serena.
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