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O projeto prevê a instalação de placas solares em dez comunidades indígenas do Baixo Tapajós. Aula do curso sobre sistemas fotovoltaicos no Laber-Ufopa
Lenne Santos
Representantes de dez comunidades indígenas localizadas às margens dos rios Tapajós e Arapiuns participaram do curso “Treinamento em instalação, operação e manutenção básica em sistemas fotovoltaicos”, organizado pelo Laboratório de Energias Renováveis (Laber) do Instituto de Engenharia e Geociências (IEG) da Ufopa. O curso é desenvolvido por meio de parceria entre a universidade e o Instituto Welight de Inovação Socioambiental.
Durante o curso, os participantes aprenderam sobre eletricidade básica e instalação e manutenção de equipamentos de energia solar.
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O projeto, que capacitou dois comunitários de cada território que receberá os sistemas fotovoltaicos, é coordenado pelo professor Lázaro Silva (Laber/IEG) e prevê instalação de placas solares em dez comunidades indígenas do Baixo Tapajós.
“Nosso objetivo é capacitar os membros dessas comunidades em instalação, manutenção e operação de sistemas fotovoltaicos que essas comunidades irão receber, futuramente, através de um projeto liderado pelo Instituto Welight de Inovação Socioambiental e que contará com a parceria do Laber”, explicou Lázaro Silva.
Walace Barreto, coordenador de projetos do Treesistance, outra entidade parceira do projeto, falou sobre a importância da parceria com a Ufopa. “Essa parceria com a Ufopa é fundamental, pois essa etapa de formação é imprescindível para o andamento do projeto, e estamos muito felizes de fazer isso com a Ufopa porque é uma universidade muito negra, muito indígena e isso é muito gratificante para a Treesistance”.
“Não é só implementar os equipamentos, a gente precisa também criar capacidades locais para que essas pessoas que estão nas aldeias consigam fazer a gestão e o bom uso desses equipamentos. Essa é a primeira parte de uma formação que vai envolver teoria e prática para que essas dez aldeias contempladas consigam desenvolver suas próprias capacidades”, completou Barreto.
Derlane Cordovil, da aldeia Novo Horizonte (território Papa Terra), no rio Arapiuns, é uma das três mulheres que participaram do curso. Ela definiu a experiência como muito produtiva. “É um curso que veio somar, pois nós aqui, aprendendo esse conhecimento, podemos fazer as manutenções nos equipamentos”.
Aula prática do curso sobre sistema fotovoltaico nas instalações da Ufopa
Lenne Santos
Derlane disse ainda que levar um técnico até à comunidade custa caro, e que o curso já vai ajudar a reduzir esses custos. Ela afirmou ainda que se sente preparada para manusear os equipamentos sem nenhum medo. Em duas palavras resumiu a experiência: gratificante e desafiadora.
Morador da aldeia Lago da Praia, no rio Arapiuns, Gilvam Tapajós Barbosa, que se define como sendo do povo Jaraqui, ressaltou a importância do treinamento. “Está sendo muito importante participar desse curso porque nós estamos aprendendo sobre instalações elétricas e montagem de baterias nos painéis, para que possamos levar esse conhecimento para aplicar lá nas nossas bases”. Para ele, foi uma honra participar de um curso na universidade.
“Uma vez esses sistemas estando instalados, é necessário que haja uma manutenção; e como essas comunidades são um pouco distantes da sede, em Santarém, onde a gente presta esses serviços de apoio, a gente treina os integrantes dessas comunidades que recebem esses projetos para eles possam nos dar algum tipo de apoio técnico, em algum momento em que ocorra algum tipo de problema num sistema como esse”, completou Silva.
A iniciativa possibilitou a formação de uma mão de obra que pode atuar nas regiões mais isoladas fazendo instalação e manutenção de sistemas fotovoltaicos.
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