Parceiro do pai na criação de cancioneiro que destaca ‘Foi assim’ e ‘Pauapixuna’, músicas lançadas com sucesso por Fafá de Belém, artista morre no dia do 77º aniversário. Paulo André Barata (25 de setembro de 1946 – 25 de setembro de 2023) também deixa parcerias com João Donato (1934 – 2023) e José Carlos Capinan
Walda Marques / Divulgação
♪ OBITUÁRIO – Foi em um dia 25 de setembro, no ano de 1946, que Paulo André Barata veio ao mundo, em Belém (PA), capital do Pará. Foi também em um 25 de setembro – precisamente no dia de hoje, data do 77º aniversário do cantor, compositor, músico e poeta paraense – que Paulo André saiu de cena.
Internado há dez dias em hospital da Belém natal, Paulo André teve a morte anunciada no início da noite de hoje pelo irmão, Tito Barata, sem informação da causa.
Na sequência do anúncio, os maiores nomes do Pará lamentaram a partida do artista conterrâneo nas redes sociais, enfatizando a importância da obra compositor.
Em dupla com o pai e parceiro Ruy Barata (25 de junho de 1920 – 23 de abril de 1990), Paulo André construiu obra que o imortalizou como um dos mais importantes compositores do Pará pela exposição lírica e engajada da cultura do norte do Brasil. Na criação da dupla, Paulo André fazia a música e Ruy entrava com a letra.
O cancioneiro de Paulo André começou a ser projetado além das fronteiras do Pará quando a cantora Carmen Costa (1920 – 2007) gravou há 50 anos a música Mesa de bar, de autoria somente de Paulo André.
Contudo, foi na voz de Fafá de Belém que o Brasil realmente começou a ouvir a música de Paulo André, já em parceria com o pai Ruy Barata.
Na segunda metade da década de 1970, a cantora conterrânea apresentou músicas que se tornariam emblemáticas, como Este rio é minha rua (1976), o bolero Foi assim (1977) e a canção Pauapixuna (1977) – composições imagéticas que reintroduziram o universo cultural e geográfico do Pará na música do Brasil.
Outra música da dupla de compositores, Banho de cheiro, batizou em 1978 o terceiro álbum da cantora, que incluiu Baiuca’s bar (1978) no repertório deste mesmo disco. No ano seguinte, Fafá regravaria Mesa de bar no álbum Estrela radiante (1979).
Paulo André Barata também foi parceiro do acreano João Donato (1934 – 2023) (Nasci para bailar, 1982) e do baiano José Carlos Capinan (Eternamente, 1997).
Como cantor, Paulo André Barata deixa álbuns autorais como Nativo (1978), Amazon river (1980), Uirapuru – O canto da Amazônia (1997) e Paulo André Barata (2018), o último disco, no qual gravou Nasci para bailar com João Donato.
A propósito, a música de Paulo André Barata foi fundamental para a difusão nacional do universo e da ideologia do homem amazônico, em especial da cultura do Pará. Em músicas como Paratininga (1980), o artista já pôs em pauta questões ambientais, defendendo a preservação da Amazônia.
Além de inspirado, Paulo André Barata foi compositor visionário.
Paulo André Barata, importante compositor do Pará, deixa obra calcada no universo amazônico
Adicionar aos favoritos o Link permanente.