O relato da cantora está no capítulo ‘As cobras de tia Alice’ da sua autobiografia’ (Globo Livros, 2016). Rita Lee morreu aos 75 anos, nesta segunda-feira (8). Alice Cooper se apresenta com cobra no pescoço durante o Golden Gods Awards, premiação de hard rock e heavy metal da revista ‘Revolver’
Chris Pizzello/AP
“Salve Francisco”, escreveu Rita Lee em um post no Instagram em 4 de outubro de 2021, data em que a igreja católica homenageia o santo protetor dos animais. Ativista da causa animal, Rita Lee, que morreu aos 75 anos nesta segunda-feira (8), já teve em casa ratos, gatos, cachorros e… Cobras. Não quaisquer cobras, mas duas jiboias roubadas do roqueiro americano Alice Cooper, quando se apresentou em São Paulo, no Anhembi, em 1974.
O relato da cantora sobre o “roubo” está no capítulo “As cobras de tia Alice” do livro “Rita Lee: uma autobiografia” (Globo Livros, 2016).
No livro, Rita Lee conta que assistia ao show quando ficou horrorizada no momento em que Cooper chacoalhou uma cobra e depois pisoteou no animal, depois recolhido por uma pessoa da produção.
A cantora relata, então, que passou a “lábia no segurança” e foi atrás da pessoa que pegou a cobra. Ao avistá-lo “com a cobra enrolada no pescoço, tipo acalmando a pobre”, a cantora perguntou se Cooper “demonstrava algum sentimento nobre” pelo animal, e não se surpreendeu com a resposta negativa.
A identificação com o homem, chamado Andy Mills, foi “cara a cara”, e Rita Lee deixou o local levando a cobra usada no show e uma outra, ainda filhote, que seria treinada e usada em outras apresentações de Cooper. Os animais foram batizados de Mouchie e Angel. Segundo Rita Lee, é Mouchie a cobra que estampa a capa de “Killer”, álbum de Cooper.
Capa do álbum ‘Killer’, de Alice Cooper
Reprodução
Mas a maior surpresa, relata Rita Lee no livro, foi descobrir que as cobras precisavam ser alimentadas com ratos vivos. Como não queria ver o bote, Rita soltava os ratos na frente das cobras e deixava a casa imediatamente. Certa vez, voltou para a casa e encontrou um dos ratos vivos e andando serelepe pela sala, enquanto as cobras “constrangidas, fingiam que dormiam”.
O rato que havia “peitado as cobras” foi devolvido vivo ao Instituto Biológico.
Mouchie e Angel, como foram batizadas as cobras, morreram tempos depois, quando Rita precisou deixar os animais aos cuidados de uma vizinha durante uma semana que passaria em turnê. A mulher sofreu um acidente e precisou ficar internada. Sem o aquecedor do aquário, que deveria ser ligado e desligado diariamente, as cobras morreram.
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