Zininho, o gentleman do samba, é o homenageado do novo episódio da série Som da Ilha

Se “no princípio era o verbo”, então está gravado por Zininho, o compositor, poeta, operador, técnico de som, editor, roteirista de programas e radionovelas, mestre do rádio e um memorialista intuitivo, porém nato. No imensurável acervo legado por Cláudio Alvim Barbosa (1929-1998), a filha e pesquisadora Cláudia Barbosa, e o cineasta Zeca Pires lapidaram o enredo da série “O Som da Ilha – Era de Ouro”.

As várias fases de Zininho, o poeta e roteirista de rádio que inovou ao criar um programa que se passava em um bar imaginário – Foto: Arquivo pessoal/Cláudia Barbosa/ND

Esse “gênio”, na definição de Zeca Pires, é o personagem do segundo episódio da série, “Zininho, um gentleman do samba”, que irá ao ar neste sábado, às 13h30, pela NDTV. “A nossa ideia (da série) é privilegiar a música e a interpretação. No caso do Zininho, você tem um acervo espetacular sobre a cidade. Ele foi um compositor genial, mas também muito preocupado com a memória de Florianópolis e também crítico das questões sociais e do crescimento desordenado”, reflete Zeca, que, além da direção geral da série, também dirige o episódio.

Cláudio Alvim Barbosa, o célebre “Zininho”, era o “Ziza” nos círculos familiares e mais próximos. Cláudia Barbosa foi testemunha umbilical da multifacetada personalidade do pai. “Era uma loucura lá em casa. O pai gravava tudo, até a secretária eletrônica. Então ele deixou esse acervo incrível, com muita coisa, obras inéditas como músicas, gravações de Luiz Henrique Rosa e todo aquele ambiente da rádio, do auditório, das conversas”, explica Cláudia.

95 anos de Zininho

Este 2024 marca também os 95 anos de Zininho, que, no campo da música, deixou cerca de 100 composições, clássicos como o “Rancho de amor à ilha” – hino oficial de Florianópolis – marchinhas e sambas, como “Quem é que não chora”, sucesso nos carnavais, e a visceral “Preconceito racial”. No campo da produção, gravou um dos primeiros registros de Elis Regina, a então ascendente cantora gaúcha de apenas 17 anos. A canção era “Se o amor é isso”, do catarinense Luiz Henrique Rosa.

“Ele transformou em música um ofício para o prefeito da cidade, apelando para a preservação do Miramar, quando o aterro da baía Sul foi construído. Ele tinha essa visão crítica sobre a transformação desordenada da cidade. É essa genialidade que a gente quer mostrar nesse episódio e fazer chegar até as pessoas”, sugere o diretor.

Programe-se: “O Som da Ilha – Época de Ouro”

Dia 23/11 Episódio 1 – “Neide Mariarrosa, A Voz de Mormaço” (dir. Maria Emília Oliveira de Azevedo)

Familiares e pesquisadores falam sobre a trajetória da cantora Neide Mariarrosa, nascida em Florianópolis e que cantou e encantou com a sua voz de mormaço. Cantou em sua cidade natal e no Rio de Janeiro e interpretou canções da geração de jovens que trazia novos estilos musicais: a bossa nova e a tropicália.

Dia 30/11 Episódio 2 – “Zininho, um gentleman do samba” (dir. Zeca Nunes Pires)

O episódio “Zininho, um gentleman do samba” é um recorte na vida e obra de Zininho, privilegiando o trabalho do autor de “Rancho de Amor à Ilha”, hino de Florianópolis, alguns detalhes de sua vida e uma contribuição pouco conhecida do genial compositor Cláudio Alvim Barbosa: o legado de um dos mais importantes acervos de documentos sobre a cidade de Florianópolis.

Dia 7/12 Episódio 3 – “Abelardo Souza, O Músico Cronista” (dir. Lelette Coutto)

O episódio “Abelardo Souza” é um mergulho no baú de memórias da família Souza, formada por músicos e na qual a música voa de geração em geração. As histórias e melodias que permeiam essa linhagem revelam não apenas o talento individual de cada membro, mas também a união e a tradição que a música representa para todos eles.

Dia 14/12 Episódio 4 – “Luiz Henrique, Um Visionário da Bossa Nova” (dir. Isabela Hoffmann)

O quarto episódio da série “O Som da Ilha” vai retratar a trajetória de Luiz Henrique Rosa, começando pela era de ouro da Rádio Diário da Manhã, onde ele tinha o programa chamado “Gente Nossa”, no final da década de 1950, passando pelo Beco das Garrafas, no Rio de Janeiro, e chegando aos Estados Unidos, onde Luiz Henrique passou oito anos de sua caminhada profissional.

Dia 21/12 Episódio 5 – “Gentil do Orocongo, O Cancioneiro da Ilha” (dir. Iur Gomez)

Gentil conheceu o exótico orocongo ainda criança. Aprendeu a confeccionar e a tocar o monocórdio instrumento africano, inserindo-o nas principais manifestações culturais de gênese açoriana da Ilha de Santa Catarina e arredores.

Dia 28/12 Episódio 6 – “Legados do Mestre Zequinha” (dir. Alissa Azambuja e Marilha Naccari)

Um artista que transcende o tempo. Instrumentista e compositor ímpar. Educador nato, criou um método próprio para ensinar e encanta com sua versatilidade, transitando entre valsa, bolero, samba, rancho e o vibrante carnaval, com um repertório autoral de riqueza e variedade rítmica.

Sempre aos sábados, às 13h30, na NDTV

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