Campanhas publicitárias, shows e mais momentos em que a tecnologia ‘ressuscitou’ famosos


O Semana Pop relembra alguns artistas que foram trazidos de volta à cena com a ajuda de algum tipo de tecnologia depois de partirem e deixar saudades. Semana Pop mostra quando a tecnologia trouxe de volta artistas que deixaram saudades
Nessa semana, um dueto inesperado chamou a atenção do público. Elis Regina e Maria Rita aparecem cantando juntas em uma propaganda comercial com a ajuda da inteligência artificial.
Muito se falou sobre esse encontro entre mãe e filha. Mas entre elogios e críticas, o fato é que essa não é a primeira vez em que o mercado publicitário, e até mesmo o artístico, “ressuscita” estrelas que já morreram para suas produções.
Relembre alguns artistas que foram trazidos de volta à cena com a ajuda de algum tipo de tecnologia depois de partirem e deixar saudades:
Elis Regina e Maria Rita
Maria Rita e ‘Elis Regina’ em comercial de carro
Divulgação
O dueto entre Elis Regina e Maria Rita foi feito para uma campanha de aniversário de uma marca de automóveis.
Nas imagens, elas cantam o clássico “Como nossos pais” enquanto dirigem seus carros, cada um de sua época, em um clima festivo.
Elis morreu em 1982, quando a filha Maria Rita tinha 4 anos. E para fazer esse reencontro em cena, a empresa fez uso da deepfake. A técnica usa inteligência artificial para inserir pessoas em vídeos, mesmo que elas não tenham participado da gravação real.
No caso dessa propaganda, a empresa misturou imagens do rosto de Elis ao de uma dublê. E claro, a música do vídeo é o verdadeiro clássico original cantado na voz da artista.
Tom Jobim e Vinicius de Moraes
Tom Jobim e Vinicius de Moraes
Reprodução
E 1991, uma marca de cerveja colocou Tom Jobim e Vinicius de Moraes para cantarem e brindarem juntos novamente.
Com a ajuda de efeitos especiais, Vinicius, que morreu em 1980, volta a encontrar Tom. Em uma das cenas, a imagem de Vinicius aparece refletida no piano, que está sendo tocado por Tom. Em outra, os dois chegam a fazer um brinde com seus copos de cerveja.
E em vários momentos, eles parecem estar realmente olhando um para o outro.
Assim como o comercial de Elis Regina e Maria Rita, apesar de toda tecnologia usada, a propaganda traz uma trilha real que toca o telespectador. Tom canta “Eu sei que vou te amar”. E em seguida, Vinicius recita o “Soneto da Fidelidade”. Tom morreu três anos depois dessa gravação.
Audrey Hepburn
Audrey Hepburn
Reprodução
Ainda falando sobre comerciais, Audrey Hepburn ressurgiu, 21 anos após sua morte, em um comercial de chocolate lançado em 2014.
Mais uma vez, a computação gráfica foi usada e possibilitou o projeto. Para que o vídeo de 60 segundos fosse ao ar, o time de produção trabalhou ao longo de um ano inteiro.
Tudo começou com a busca de atrizes parecidas fisicamente com Audrey, passando por um intenso processo de escaneamento facial. A equipe gravou mais de 70 movimentos possíveis no rosto de uma pessoa.
O projeto ainda contou com três semanas de gravação na Costa Amalfitana, um modelo em 3D da atriz, e um longo processo na parte técnica pra colocar Audrey, em sua versão de 1953, “em cena”.
O comercial não tem nenhuma fala, mas ainda assim, o vídeo trouxe a voz original da atriz. Isso porque a trilha usada é a gravação de “Moon River” feita por Audrey para o filme “Bonequinha de Luxo”.
James Dean
James Dean em Juventude Transviada
Divulgação
Vários filmes já fizeram homenagens póstumas para alguns artistas, inserindo cenas gravadas anteriormente para os personagens, como foi o caso de Carrie Fisher, que apareceu, dois anos depois da sua morte em “Star Wars: A Ascensão Skywalker”.
Mas as imagens da Princesa Leia não foram geradas por tecnologia. Elas tinham sido gravadas paro “Episódio VII” da saga, mas nunca foram usadas.
Só que os produtores de um outro projeto dos cinemas planejam ir além. Eles querem fazer renascer o astro dos cinemas James Dean, com a ajuda da computação gráfica, para o filme “Finding Jack”.
O ator de filmes como “Juventude Transviada” e “Vidas Amargas” morreu em 1955 em um acidente de carro, aos 24 anos.
Em 2019, uma produtora contou que obteve os direitos de imagens de Dean com a família do ator.
Com isso, ele deve aparecer no filme, que será ambientado na guerra do Vietnã, só que num papel secundário. O filme ainda não foi lançado e, depois desse anúncio que rolou de 2019, nada mais foi falado sobre o projeto.
Tupac Shakur
Holograma de Tupac Shakur no Coachella
Reprodução
Agora a gente vai para os palcos e fala sobre uma tecnologia que virou febre na primeira década dos anos 2000. Os hologramas ajudaram a promover encontros e a “ressuscitar” muitos artistas.
Em 2012, durante o festival Coachella, a plateia ficou empolgada quando rapper Tupac Shakur surgiu no palco. O cantor foi assassinado em 1996.
A imagem do rapper foi inserida na apresentação de Snoop Dogg e Dr. Dre no festival. E detalhes usados para essa interação, como roupas, tatuagens e até os trejeitos do cantor, chamaram muita atenção.
Esse reencontro foi possível com o uso da computação gráfica. E tudo começou com um vídeo criando novas imagens do Tupac com base nos movimentos e na aparência do rapper. Depois disso, a imagem foi projetada no chão do palco, e essa mesma imagem refletia em um plástico que ficava ao fundo.
Como nem tudo é tecnologia, esse reencontro também precisou de muito ensaio, já que era importante que nem Snoop Dogg nem Dr. Dre ficassem na frente ao holograma.
Michael Jackson
Holograma de Michael Jackson no Billboard Music Awards
Reprodução
Essa mesma técnica foi usada para trazer Michael Jackson de volta aos palcos em uma apresentação emocionante.
O cantor morreu em 2009, mas em 2014, o Billboard Music Awards surpreendeu o público com uma performance emblemática do cantor.
Assim como muitas outras que o artista fez em vida, a apresentação trazia um cenário exuberante, um balé ensaiadíssimo e uma banda com 5 integrantes.
Michael surgiu sentado em um trono, vestido com uma jaqueta dourada. E assim que se levantou, a plateia ficou impactada.
Enquanto cantava “Slave to the Rhythm”, Michael fazia uma performance no centro do palco, sem deixar de lado o “moonwalk”, passinho é a marca registrada do cantor.
Nenhuma daquelas imagens era de arquivo. Tudo foi criado por tecnologia. E a apresentação foi resultado de cinco meses de trabalho.
Segundo alguns representantes legais do cantor, ela quase não aconteceu por causa de um processo judicial.
Whitney Houston
Holograma de Whitney Houston que iria ao ar no “The Voice”
Reprodução
Uma outra história de holograma também ficou no quase. Mas essa, apesar de ter sido gravada, realmente não aconteceu. Ou melhor: até aconteceu, mas não foi exibida como o programado.
Em 2016, o “The Voice” gravou um dueto entre Christina Aguilera e Whitney Houston. Só que as imagens vazaram antes de o programa ir ao ar.
E quando isso aconteceu, os representantes legais de Houston decidiram cancelar a apresentação. Anos depois, o site TMZ informou que eles não faziam a menor ideia de que o dueto póstumo tinha sido gravado. E ainda segundo a publicação, os representantes chegaram até a cogitar a ideia de entrar com um processo contra a empresa que fez o holograma, já que tudo foi criado sem autorização
Proibição de Robin Williams
O ator Robin Williams em foto de 15 de junho de 2007
Reed Saxon/AP
Pensando em tudo isso, Robin Williams já garantiu que esse tipo de coisa não vai acontecer com ele. Pelo menos até 2039. Segundo a BBC, o ator, que morreu em 2014, colocou no seu testamento uma proibição no uso da sua imagem por 25 anos.
E talvez esse tipo de cláusula em testamentos de famosos acabe se tornando algo cada vez mais comum.

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