Campinas tem alta nos acidentes com motocicletas acima da média do estado de SP; veja números


Dados do Detran-SP mostram que o total de sinistros cresceu 6,9% na metrópole do interior paulista; em todo estado, alta foi de 1,3%. Campinas registra aumento no número de acidentes envolvendo motociclistas em 2024
O número de acidentes envolvendo motocicletas em Campinas (SP) aumentou acima da média do estado de São Paulo. Dados obtidos via Lei de Acesso à Informação (LAI) junto ao Detran-SP mostram que o total de ocorrências de colisão, choque e atropelamento foi 6,9% maior em 2024 na comparação com o ano anterior.
O Detran-SP contabilizou 1.874 sinistros ao longo de 2024, contra 1.752 de 2023. Para efeito de comparação, em todo o estado de São Paulo o aumento foi de 1,3% no período (80.281 ante 79.206).
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Dados são do Sistema de Informações de Acidentes de Trânsito em São Paulo (Infosiga-SP), que considera as ocorrências tanto na malha urbana quanto em rodovias que cortam a cidade, mostram que 80 motociclistas morreram em acidentes de trânsito em Campinas em 2023.
O número caiu em 2024, para 66, mas o veículo segue sendo o que faz mais vítimas. Em 2025, dos 17 óbitos contabilizados entre janeiro e fevereiro, seis foram de ocupantes de motocicletas.
Aumento da frota
O aumento na acidentalidade vem acompanhado do aumento da frota. Dados da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) mostram que Campinas encerrou 2024 com 140.050 motocicletas, alta de 3,5% em relação ao ano anterior (135.205).
Esse crescimento é maior que o dos automóveis, por exemplo. São 642 mil na frota de Campinas, um aumento de 1,6% em relação a 2023: 631,4 mil.
Para o advogado André Gomes Bertucci, especialista em trânsito, números que ajudam a explicar o aumento dos acidentes.
“Tem havido uma grande procura pelas autoescolas, pessoas querendo tirar uma cartas e adquirir motos, muito em conta por causa da questão de valores. A moto é veículo mais barato, manutenção mais em conta, gasta menos combustível”, explica.
Segundo Bertucci, isso apenas não justifica o aumento dos acidentes, mas um processo de habilitação “brando”, junto de imprudência, formam o cenário perfeito para tragédias.
“O processo de habilitação é muito singelo para moto, deveria ter um processo mais aprofundado, para que tenha uma certificação maior, para pegar uma moto que está sob um risco maior que o carro. Tudo isso aliado a questão das pessoas que não respeitam muito a lei. Os jovens naquela euforia, moto nova, acabam correndo muito, fazendo manobras arriscadas”, completa.
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Reprodução EPTV
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