O último curta-metragem do jovem cineasta de 22 anos, ‘Luna’, acaba de participar do 23° Beverly Hills Film Festival (BHFF). Luca Bueno, filho de Galvão
Reprodução / Instagram oficial do artista
A primeira referência ao falar de Luca Bueno, por enquanto, é ser o filho caçula de um dos jornalistas mais conhecidos do país: Galvão Bueno. Mas Luca trilha carreira solo bem longe do pai e, por detrás das câmeras, tenta a concorrida carreira de se destacar na terra do cinema.
O último curta-metragem do jovem cineasta de 22 anos, “Luna”, acaba de participar do 23° Beverly Hills Film Festival (BHFF). O prêmio principal não veio, mas o brasileiro já conseguiu experimentar um pouco dos holofotes de Hollywood, para onde acaba de se mudar.
De acordo com a organização, a seleção do Beverly Hills Film Festival tem como foco dar destaque a trabalhos de talentos promissores. Meio a centenas de inscritos, 150 filmes, entre longas e curtas, foram apresentados no icônico Teatro Chinês, em Hollywood, de 19 a 23 de abril. A festa de premiação aconteceu logo ao lado, no Hotel Roosevelt, local que sediou a primeira festa do Oscar, em 1929, e onde morou Marilyn Monroe.
“É um evento muito grande. Os filmes do festival são muito bons, muito bem produzidos. Esse filme foi feito com amigos da faculdade, obviamente teve apoio de profissionais que ajudaram a gente, mas eu senti como se nosso filme fosse um bichinho em um mar grande, uma experiência muito boa”, conta Luca.
Galvão Bueno e a esposa, Desirée Soares, estiveram em Los Angeles para prestigiar o filho no evento
“Eu senti um orgulho muito grande por poder assistir ao filme “Luna”, aplaudido no final em pleno Teatro Chinês, um filme bastante profissional, e depois a cerimônia no hotel onde começou o Oscar. Não vir o prêmio de melhor filme é absolutamente normal. Mas um menino de 22 anos estar indicado em um confronto direto com a indústria do cinema dos Estados Unidos foi um motivo de grande alegria e me deu a certeza de que ele está no caminho certo”, declarou Galvão Bueno à RFI.
Jurassic ParkLuca nasceu no Brasil e, aos seis anos de idade, foi morar com a família em Monte Carlo, em Mônaco, micropaís ao sul da França. Foi lá, ainda nesta idade, por influência de um amigo, que começou a sonhar em ser diretor de cinema e, como brincadeira, fazia seus primeiros filmes. Ele conta que “acha que nem deu tempo de o pai tentar convencê-lo a seguir carreira em qualquer esporte”, porque nunca mais mudou de ideia ou pensou em tentar qualquer outra profissão.
“Eu falo que quando eu conhecer o Steven Spielberg, eu vou contar para ele: quando eu era muito pequeninho, a razão por que eu entrei para o cinema, além desse amigo, foi assistir ao filme “Jurassic Park” (1993) pela primeira vez. Isso mudou minha vida. Eu falei: meu Deus, os dinossauros estão aí, então qualquer coisa é possível, eu quero fazer isso também”, lembra Luca.
Com isso começou a carreira, mesmo sem saber muito sobre o processo, reunindo filmagens e colando umas nas outras, no início como uma brincadeira. Luca já perdeu a conta de quantos filmes fez desde os sete anos.
Mas o divisor de águas aconteceu em 2019, quando iniciou a faculdade de cinema na Full Sail University, em Orlando, nos Estados Unidos, e os filmes então começaram a seguir um caminho mais profissional, em sua opinião. O IMDB (The Internet Movie Database), banco de dados que armazena o currículo de quem trabalha em cinema e TV, apresenta oito filmes realizados por ele desde 2015, mas Luca destaca os três últimos como seus melhores trabalhos (“Three”, “Outtake” e “Luna”.)
‘Luna’
O curta “Luna” foi o primeiro com equipe americana. Na trama, o cineasta colocou referências e homenagens a Spielberg, um de seus ídolos, e um pouco dos seus sentimentos de infância.
“Tem bastante do meu interesse com o espaço, com a lua em si também. Mas tem um pouco de ausência do meu pai, que sempre viajava e sempre estava longe de casa por causa do trabalho. Então eu usei isso de uma maneira completamente diferente do que acontece com a personagem, mas a essência de sentir saudade quando era criança, de querer falar com ele e ele estar longe, eu coloquei no filme”, revela.
O pai dele é, inclusive, um de seus maiores apoiadores e assina como produtor executivo de “Luna”. Mas Luca conta que Galvão sempre deu a ele um choque de realidade sobre as dificuldades dessa profissão.
“O incentivo dele é constante. Ele sempre fala que é muito difícil, uma coisa que muita gente tenta e muita gente falha. Ele nunca deixou de ser realista comigo. Eu poderia ter olhado isso como uma falta de confiança, mas nunca foi isso e hoje eu consigo enxergar que ele estava me preparando. Mudando para cá eu entendo mais o que ele estava falando, é não atrás de não, decepção atrás de decepção, aí vem uma vitória e você consegue segurar por mais um tempo, aí vem mais não, não e um sim… Mas o apoio sempre, da minha mãe também, que é mais no sentido ‘você consegue fazer tudo, sempre'”, conta o cineasta.
Dolby TheaterLuca segue em Hollywood. Em agosto ele começa a fazer mestrado em cinema, e já tem dois projetos de curta e de longa na manga, que pretende tirar em breve do papel, além de muitos sonhos na cabeça. Um deles é conquistar um espaço na porta ao lado de onde aconteceu o Beverly Hills Film Festival, o Dolby Theater, palco anual da maior festa do cinema americano.
“Obviamente é um sonho, acho que todo mundo que está fazendo isso está diretamente lincado com o Oscar, porque é o maior selo de aprovação que Hollywood pode te dar. Essa é minha Copa do Mundo”, ele finaliza.
Cineasta Luca Bueno, filho de Galvão, aposta na carreira em Hollywood
Adicionar aos favoritos o Link permanente.