
O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes votou para aceitar a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) sobre a tentativa de golpe de Estado, no julgamento realizado nesta quarta-feira (26).

Alexandre de Moraes votou para aceitar denúncia da PGR – Foto: Antonio Augusto/STF/ND
Na sessão desta quarta-feira, o STF julga se recebe ou rejeita a denúncia da PGR contra Bolsonaro e mais sete acusados de tentarem um golpe de Estado após as eleições de 2022. Em sua fala, o ministro afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro tinha conhecimento sobre o plano de assassinato de Lula.
“A Procuradoria-Geral da República demonstrou conhecimento de Jair Messias Bolsonaro sobre o plano criminoso Punhal Verde e Amarelo, que tinha como finalidade o monitoramento e a execução de autoridades públicas brasileiras”, declarou Moraes.
Em seguida, o ministro afirmou que a denúncia apontou diálogo entre o general Mario Fernandes e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid em 8 de dezembro de 2022. A conversa estaria “corroborando o acompanhamento de Jair Messias Bolsonaro sobre essa operação criminosa e violenta”.
“Durante a conversa que eu tive com o presidente, ele citou que o dia 12, pela diplomação do vagabundo Lula, não seria uma restrição. Que qualquer ação nossa pode acontecer até 31 de dezembro e tudo. Mas aí na hora eu disse: pô, presidente, mas o quanto antes a gente já perdeu tantas oportunidades”, diz a mensagem de Fernandes lida por Moraes no julgamento.
Alexandre de Moraes diz que Bolsonaro sabia que não havia fraude nas urnas
Em relação aos ataques à Justiça Eleitoral, Moraes disse que a PGR demonstrou que Bolsonaro sabia que não havia fraude nas urnas eletrônicas. O ministro lembrou que o ex-presidente convocou uma reunião com embaixadores “para falar mal” e “plantar notícias falsas” sobre as eleições.

Alexandre de Moraes diz que Bolsonaro sabia que não havia fraude nas urnas – Foto: Antonio Augusto/STF/ND
“Todos se recordam que, a partir de um determinado momento, o então ministro da Defesa, general Paulo Sergio, passou a comandar no âmbito das Forças Armadas que tinha uma missão dada pelo então presidente Jair Bolsonaro. Essa missão era comprovar fraude às urnas. Era a necessidade de comprovar que a eleição era fraudulenta”, disse Moraes.