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A prévia da inflação, medida pelo IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15), acelerou para 1,23%, deixando alguns itens mais caros em fevereiro. Os resultados, divulgados na terça-feira (25), mostram que a alta foi a maior para o período desde 2016. Produtos como o café, a mensalidade escolar e a conta de luz pesaram mais no bolso do consumidor nos últimos 30 dias.

Mensalidade escolar do ensino médio é um dos itens mais caros em fevereiro, com alta de 7,26% – Foto: Canva/Reprodução/ND
No período, alimentos e bebidas ficaram 0,61% mais caros, uma alta menor do que a observada em janeiro (1,06%). Apesar da perda de ritmo, chamam atenção os preços do pepino, que subiu 37,02%, abobrinha (20,54%) e cenoura (17,62%).
O café moído, bebida queridinha dos brasileiros, subiu 11,63% a partir de janeiro, tornando-se um dos itens mais caros em fevereiro. O grupo bebidas e infusões, do qual ele faz parte, também ficou mais caro e teve alta de 3,64%.
No acumulado de 2024, o setor registrou uma alta de 7,7%, sendo o grupo que mais pressionou a inflação. Para especialistas, a tendência é de que os valores permaneçam elevados, especialmente para itens como carne, azeite e frango.

Grupo das bebidas infusionadas ficou 3,64% mais caro no período analisado – Foto: Freepik/ND
Além do cenário externo, as mudanças climáticas são apontadas como um dos principais fatores que impactam os preços. Em entrevista concedida na quarta-feira (14), o ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, afirmou que o governo estuda medidas para conter a alta dos preços.
“O que está muito fora de propósito hoje é o ovo, e nós estamos agora fazendo um estudo desses alimentos que estão fora da curva. As carnes e o ovo. O açúcar ainda está fora da curva. O café ainda está fora da curva. E a laranja. Então, estamos analisando para ver quais medidas podem ser adotadas”, declarou o ministro.
Conta de luz está entre os itens mais caros em fevereiro
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a energia elétrica residencial foi o subitem com o maior impacto positivo no índice, ao avançar 16,33%, um dos itens mais caros em fevereiro. O valor surge após uma queda em janeiro (-15,46%), em função da incorporação do bônus de Itaipu.
Os reajustes das mensalidades escolares também pesaram no bolso do consumidor de janeiro para fevereiro. No grupo educação (4,78%), a maior contribuição veio dos cursos regulares (5,69%), em razão dos aumentos habitualmente praticados no início do ano letivo.
As maiores variações vieram do ensino fundamental (7,5%), do ensino médio (7,26%) e do ensino superior (4,08%). Os preços das mensalidades de creches e pré-escolas também tiveram alta e ficaram entre os itens mais caros em fevereiro, subindo 5,09% e 7,1% respectivamente.
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Conta de Luz subiu 16,33% em fevereiro – Foto: Freepik/ Reprodução/ ND
Alta nos preços do combustível
No grupo dos transportes (0,44%), os combustíveis aumentaram 1,88%. Houve alta nos preços do etanol (3,22%), do óleo diesel (2,42%) e da gasolina (1,71%), enquanto o gás veicular teve resultado negativo de 0,41%. As passagens aéreas mostraram redução de 20,42%.
*Com informações do R7.