A advogada criminalista Maria das Graças Barbosa dos Santos, de 50 anos, foi assassinada a tiros na madrugada desta segunda-feira (24) em Ipiaú, no sul da Bahia. Segundo informações do jornal ‘A Tarde’, investigações preliminares indicam que o crime pode ter sido cometido por integrantes de uma facção criminosa, mas a Polícia Civil ainda não descarta outras hipóteses.
Maria das Graças, conhecida como “Doutora Gal”, foi morta a poucos metros de sua residência, no bairro Senhora Aparecida. Relatos apurados pelo jornal A Tarde apontam que dois homens teriam pulado o muro da casa da advogada e a surpreendido. Ao tentar fugir, ela foi alcançada e executada na porta de um imóvel vizinho.
Os criminosos fugiram logo após o crime. O delegado Isaías Neto, titular da Delegacia Territorial de Ipiaú, afirmou que as investigações estão em andamento. “Ainda estamos apurando a motivação do crime e não podemos descartar nenhuma linha investigativa neste momento”, disse ao jornal ‘A Tarde’.
A advogada era conhecida na cidade por atuar na defesa de acusados ligados ao crime organizado. Conforme apuração do jornal ‘A Tarde’, Maria das Graças havia viajado recentemente para Santa Catarina para atender um cliente preso na Operação Alta Potência, uma ação conjunta da Polícia Federal e de outras forças de segurança. O cliente, identificado como “Juca do PCC”, é apontado como um dos líderes de uma facção criminosa que opera em diversas cidades da região. A conexão entre essa atuação e o assassinato da advogada ainda está sendo investigada.
Doutora Gal acumulava quase 15 mil seguidores em uma rede social, onde compartilhava registros de sua rotina profissional. Em diversas postagens, costumava utilizar a expressão “Lili Cantou”, uma referência a casos em que seus clientes conquistavam a liberdade. Solteira e sem filhos, a advogada vivia acompanhada de cerca de 30 animais resgatados.
O corpo de Maria das Graças foi sepultado no Cemitério Jardim da Saudade II, em Ipiaú, na tarde de segunda-feira. Familiares e amigos compareceram ao velório e prestaram as últimas homenagens.
A Ordem dos Advogados do Brasil na Bahia (OAB-BA) emitiu uma nota de repúdio ao crime e cobrou uma investigação rápida e rigorosa. “Lamentamos a morte da nossa colega e repudiamos este crime bárbaro contra a advocacia. A OAB Bahia cobrá uma apuração profunda para que os responsáveis sejam punidos na forma da lei”, afirmou a presidenta da seccional baiana, Daniela Borges.
A instituição também informou que solicitou à Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) celeridade na investigação e designou um representante para acompanhar o caso. O presidente da OAB-Ipiaú, Paulo César Júnior, também se manifestou, garantindo que a entidade estará atenta ao desdobramento das apurações.
