Diretor insistiu para iniciar filmagens só depois de encontrar intérprete de Marcelo Rubens Paiva, conta preparadora de elenco. Guilherme Silveira foi achado enquanto jogava bola. Guilherme Silveira, de 13 anos, interpreta o escritor Marcelo Rubens Paiva quando criança em ‘Ainda estou aqui’
Reprodução/Instagram
Um dos desafios da preparação para as filmagens de “Ainda estou aqui” foi a busca pelo ator que interpretaria o escritor Marcelo Rubens Paiva na infância.
“O Walter [Salles, diretor] falava muito: ‘Eu não filmei ‘Central do Brasil’ enquanto não achei o [protagonista] Vinicius. Eu não filmo enquanto não encontrar o Marcelo, e ele está aí. Eu sei que ele está aí'”, contou a preparadora de elenco Amanda Gabriel, em entrevista à GloboNews.
A equipe responsável pela seleção de atores saiu em busca de um garoto que tivesse as características esperadas pelo diretor — e acabou encontrando Guilherme Silveira, de 13 anos, por acaso na praia do Leblon, mesmo bairro onde a família Paiva morou nos anos 70.
Assista ao trailer de ‘Ainda Estou Aqui’
“Guilherme estava lá, jogando bola, brincando, na praia do Leblon, a mesma que o Marcelo frequentou”, lembra Amanda.
Uma produção original do Globoplay, o filme brasileiro que concorre em três categorias do Oscar já foi exibido em 17 países e ganhou 38 prêmios no circuito de festivais e premiações do cinema. Baseado no livro de Marcelo Rubens Paiva, ele conta a história de resistência de sua mãe, Eunice (Fernanda Torres), que vê o marido, Rubens Paiva (Selton Mello), ser levado por agentes da ditadura militar no Brasil.
28 atores
Quase 550 profissionais trabalharam na produção, incluindo 28 atores e atrizes. Parte do elenco é formada por crianças, o que exigiu um tempo maior dedicado à preparação para as filmagens.
Guilherme Silveira nos bastidores das gravações de ‘Ainda estou aqui’
Reprodução/Instagram
“Walter é um cineasta que pensa cinema de uma forma coletiva. Faz muito sentido que a gente tenha tido um processo de preparação tão longo, tão cuidadoso, tão delicado”, explicou Amanda.
“Eu amo trabalhar com criança e adolescente. Tem algo vivo e espontâneo, e crianças e bichos, quando estão presentes, obrigam os adultos a estarem presentes. Essa é uma qualidade que todo ator deveria ter: estar presente. E as crianças têm isso muito naturalmente.”
Envoltos em uma história densa e emocional, os atores foram descobrindo aos poucos o que aconteceria com seus personagens. “Eles foram entendendo aos poucos o que ia acontecer: se esse pai ia voltar, o que era dito, o que não era dito. É um grande momento do livro e da família: quando cada um se pergunta o que aconteceu com o pai”, afirma a preparadora de elenco.
“A gente decidiu que ia acompanhar nossos personagens entendendo junto com os atores. O Guilherme foi entendendo que o pai não voltava. O clima estava esquisito e, um dia, ele perguntou: ‘Vocês mão matar o cachorro?’. Dissemos que teria um acidente, e ele levantou chorando.”
O cachorrinho Pimpão é uma parte importante de “Ainda estou aqui”, ilustrando a rotina calorosa da família Paiva, a passagem do tempo e a cumplicidade entre Marcelo e seu pai.
Pimpão: como pet ator virou parte da família em ‘Ainda Estou Aqui’
Como ator mirim de ‘Ainda estou aqui’ foi descoberto por acaso brincando na praia
Adicionar aos favoritos o Link permanente.