Pai acusado de matar filha de 1 ano e 5 meses por asfixia é procurado pela Polícia Civil do Amapá


Vítima foi encontrada no quarto da casa onde a família morava no Parque dos Buritis, em Macapá, em setembro de 2024. Homem de 49 anos foi indiciado neste mês.  Antônio José da Silva
Polícia Civil/Divulgação
Um identificado como Antônio José da Silva, de 49 anos, está sendo procurado pela Polícia Civil do Amapá sob a acusação de ter matado por asfixia a filha de 1 e 5 meses em 31 de setembro de 2024, no bairro do Parque dos Buritis, na Zona Norte de Macapá. 
A vítima foi encontrada morta no quarto da casa onde a família morava. A princípio, a polícia tratava o caso como “morte a esclarecer”, mas após ouvir cerca de dez testemunhas, indiciou neste mês o homem por homicídio triplamente qualificado. 
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No dia do crime 
Segundo a polícia, o homicídio aconteceu em uma casa alugada. O imóvel teria sido alugado para a família um dia antes do crime. No local, moravam pai, mãe, a vítima e dois irmãos também crianças.
A polícia informou que os depoimentos dos pais tiveram contradições. Enquanto o homem teria dito que tinha entregado a criança para a mãe na noite do dia 30, e depois dormido, a mãe informou que não teria dormido com a criança. Ela teria ficado num quarto ao lado e só acordado no dia 31 de manhã com o pai dizendo que a criança já estava morta. 
A mulher disse à polícia que o homem teria dado um chute na coxa da criança e dito: “tua filha está morta”.
O delegado Leonardo Leite, da Delegacia de Homicídios e Proteção às Pessoas, responsável pelas investigações, informou ainda que, durante o depoimento da mulher que alugou a casa para o casal, ele disse que o homem tentou extorquir dinheiro dela na tentativa de mascarar o crime. 
“A locadora do imóvel levou ele lá para a Polícia Científica, para fazer os trâmites, para liberar o corpo. E ele teria falado para essa locadora, que foi ouvida como testemunha, que como uma funcionária, supostamente uma funcionária lá da Polícia Científica, teria dito que o Laudo iria concluir que a criança teria sido asfixiada duas vezes, ele queria um dinheiro para comprar um laudo e porque supostamente a mulher dele, que era a mãe da vítima, teria problemas mentais e que como o laudo iria concluir isso ele queria ligar para a mãe da vítima para ela já ‘arranjar’ uma advogada”, detalhou o delegado. 
O delegado informou ainda que os vizinhos disseram que, no dia do crime, o acusado disse não saber o que tinha acontecido, mas que apesar disso não precisava chamar socorro médico, pois a filha já estava morta.  
Segundo o laudo final: o cadáver da criança apresentava sinais gerais de asfixia, com a presença de conteúdo esbranquiçado em vias aéreas, que promoveu obstrução mecânica da árvore respiratória, caracterizando a causa da morte imediata como asfixia mecânica por sufocação direta por bronco aspiração. 
Sobre as investigações 
De acordo com o delegado, o acusado foi ouvido em 2 de agosto. Após o depoimento, o homem não foi mais localizado. 
“No dia 2 de agosto, ele foi prestar depoimento lá na delegacia e estava extremamente frio. Ele estava numa situação, não me demonstrou qualquer tipo de emoção, não chorou […] uma situação que contraria frontalmente, quem acaba de perder uma filha, havia apenas dois dias, só que ele tinha perdido a criança” disse o delegado. 
Uma das dificuldades apontadas na investigação foi a coleta do depoimento da mãe. Segundo o delegado, após o sepultamento da criança, a mulher viajou para o município de Cutias, distante 139 quilômetros de Macapá. Ela teria ido se abrigar na casa da família, com medo do marido. 
 “A gente foi atrás, a gente ouviu ela lá na delegacia de Cutias, ela disse que fugiu com medo do pai da criança. Algumas testemunhas, inclusive, relataram que no dia ela estava muito desesperada e dizia para ele sair de perto dela”, relembrou o delegado. 
Indiciamento 
A investigação apurou que a motivação do crime foi incômodo com o choro de criança. Vizinhos relataram que viram o homem com a criança chorando no colo na noite anterior ao crime. 
“A questão da própria frieza do pai, a gente tinha indícios testemunhais de que poderia não ter ocorrido óbito de forma natural, e que o pai poderia ser o autor. Só que eu dependia do laudo necroscópico. O laudo necroscópico demorou quase seis meses para sair, aí, quando o laudo saiu, a gente teve certeza, porque o laudo concluiu que a criança morreu de asfixia por sufocação direta, ou seja, provocada por alguém. É o que a gente supõe. A gente não pode ter essa importância de certeza” informou Leite. 
Agentes da Delegacia de Homicídios e Proteção às Pessoas realizaram diligências, mas até o momento o homem não foi preso. A população pode realizar denúncias pelo número 991704302.
Antônio José da Silva
Polícia Civil/Divulgação
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