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Da Redação do iG O vírus da gripe aviária que matou centenas de milhões de aves em todo o mundo nos últimos cinco anos está se espalhando pela Antártida, considerado um paraíso intocado. Uma expedição confirmou a presença do vírus “em todas as espécies animais detectadas em cada local” em seis ilhas ao norte da Península Antártica, segundo um relatório enviado ao Comitê Polar Espanhol e às autoridades internacionais, como destaca o jornal La Nacion. A boa notícia é que os pinguins parecem ser mais resistentes do que se temia, mas o vírus está causando estragos em outras espécies, com focas-caranguejeiras, de forma bastante intensa. O vírus foi detectado em 28 carcaças de seis espécies: pombos antárticos, gaivotas-de-kelp, focas-caranguejeiras, pinguins-gentoo, pinguins-de-adélia e skuas, uma ave marinha migratória. O relatório ao qual o El País teve acesso alerta que “a carga viral nos animais mortos é muito alta, o que indica risco de exposição ao vírus nas proximidades das carcaças”.
O papel dos pinguins
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“Não vemos nenhum sinal de doença em pinguins, mas encontramos o vírus em animais mortos de muitas espécies e também em pinguins vivos que estamos coletando amostras, disse Antonio Alcamí, responsável pelos estudos. “Embora não vejamos sintomas em algumas colônias de pinguins, o vírus está circulando”, explica Alcamí. Pesquisadores detectaram o vírus até mesmo em amostras de ar coletadas em colônias de pinguins. A equipe de Alcamí alerta que a presença do vírus em colônias de pinguins aparentemente saudáveis “tem implicações para a segurança humana”, já que muitos desses lugares são visitados regularmente por cientistas e turistas. A reportagem afirma que a transmissão da gripe aviária para humanos é um dos piores pesadelos para os virologistas, mas no momento o vírus não é facilmente transmitido entre as pessoas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou 23 casos de infectados e oito mortes em cinco anos, quando o vírus surgiu em aves e se espalhou com sucesso na natureza.
Entre animais
No verão passado, cientistas da Universidade Cornell confirmaram que o vírus, que vinha invadindo fazendas leiteiras dos EUA há meses, estava passando de vaca para vaca e do gado para os gatos. Os investigadores emitiram um alerta por se tratar de algo sem precedentes, pois pode fazer com que o vírus se adapte, aumentando o perigo para outras espécies, incluindo humanos.
Variante mais grave em vacas
A origem desta epidemia de gripe aviária que está afetando todo o planeta é um subtipo do vírus H5N1 conhecido como 2.3.4.4b, que matou centenas de milhões de aves selvagens e domésticas. Embora se espere que o vírus afete apenas aves, desde que começou a se espalhar em 2020, houve registros em focas e leões marinhos na América do Sul. O contágio entre bovinos nos Estados Unidos é uma das situações mais delicadas. Foi descoberto em setembro. Um experimento publicado na Nature confirmou que o vírus estava se espalhando principalmente por meio de sistemas de ordenha, levando a Europa a alertar que poderia sofrer uma epidemia semelhante. Um dos últimos sustos foi a descoberta de que uma segunda variante da gripe aviária (chamada D1.1) infectou gado leiteiro em Nevada (EUA). A variante é particularmente preocupante porque é mais grave e porque significa que o vírus passou de aves para vacas mais de uma vez. O estado de Louisiana relatou a primeira morte por gripe aviária no país em janeiro: um homem de 65 anos com outras doenças foi infectado pela exposição a aves selvagens e domésticas mortas em seu quintal. Esta infecção pela variante também causou um caso grave em um adolescente nos Estados Unidos.