Trump agora mira etanol do Brasil e anuncia tarifa de 18%


Etanol brasileiro é o primeiro item da lista divulgada pela Casa Branca sobre novas tarifas aplicadas pelos EUA. Trump anuncia novas tarifas de importação nos EUA.
Kevin Lamarque/ Reuters via BBC
Depois de taxar o aço e o alumínio do Brasil, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, agora mira no etanol brasileiro.
Nesta quinta (13/2), a Casa Branca anunciou o que tem chamado de “tarifas recíprocas” e distribuiu um memorando em que consta uma lista de países e produtos que estariam em condição “injusta” de comércio em relação aos americanos.
O primeiro item da lista é o etanol brasileiro.
“A tarifa dos EUA em etanol é de meros 2,5% Já o Brasil cobra dos EUA tarifas de exportação de 18%. Como resultado, em 2024, os EUA importam mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil enquanto os EUA exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol ao Brasil”, diz o documento, que também cita produtos agrícolas da Índia e veículos e mariscos da União Europeia.
Segundo funcionários da Casa Branca, as tarifas serão customizadas cada caso, país a país, produto a produto, e por isso o início da cobrança não é imediato, mas acontecerá no “tempo de Trump”, ou seja, em poucas semanas ou, no máximo, alguns meses.
“Para fins de justiça, vou cobrar uma tarifa recíproca, o que significa que qualquer coisa que os países cobrem dos EUA, nós os cobraremos de volta, nem mais, nem menos. É muito simples”, afirmou Trump, no início da tarde, no salão oval, logo depois de assinar o memorando.
Segundo o funcionário da Casa Branca que explicou reservadamente à imprensa as implicações do anúncio, porém, Trump está disposto a abrir negociações com cada país e “ficará mais do que feliz de baixar as tarifas caso eles queiram baixar as deles”.
O republicano tem acusado os demais países de competição desleal e injusta em relação aos produtos americanos e tenta atrair indústrias de volta aos EUA ao impor tarifas de importação a produtos diversos.
A negociação tem sido a via adotada pelo governo Lula para tentar reverter as tarifas de 25% já impostas ao aço e ao alumínio do Brasil, embora o presidente brasileiro já tenha falado em reagir no mesmo tom.
Em seu primeiro mandato, Trump já havia anunciado medidas contra o etanol brasileiro.
Na diplomacia brasileira, havia a expectativa de que o país ficasse para o fim da fila nas tarifas, já que os EUA têm superávit na balança comercial com o Brasil, um dos critérios que têm sido usados pelos conselheiros de Trump para definir os alvos do chamado “tarifaço”.
A expectativa, no entanto, não tem se confirmado. O Itamaraty foi consultado sobre a nova medida, mas não respondeu até a publicação desta reportagem.
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