FADEL SENNA
Deslocar os palestinos de seus territórios na Faixa de Gaza e na Cisjordânia é “inaceitável” para a região, afirmou nesta quarta-feira (12) o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abul Gheit.
“Hoje, o foco está em Gaza, e amanhã estará na Cisjordânia, com o objetivo de esvaziar a Palestina de sua população histórica”, declarou Abul Gheit na Cúpula Mundial de Governos em Dubai, ao ser questionado sobre a proposta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de deslocar os habitantes da Faixa.
“É inaceitável para o mundo árabe, que tem lutado contra esta ideia há 100 anos”, enfatizou.
Assim como Abul Gheit, muitas lideranças do mundo árabe, assim como os governos do Irã, China, Brasil e alguns países europeus, condenaram a ideia de Trump de retirar os palestinos de Gaza, devastada pelo conflito entre Israel e Hamas, para realocá-los em outras nações da região como Egito e Jordânia.
“Após resistir a isto há 100 anos, nós, os árabes, não vamos capitular agora de maneira alguma”, insistiu o secretário-geral da Liga Árabe.
Ao mencionar a ideia de Trump, o governo do Egito, país fronteiriço com Gaza, afirmou na terça-feira que apresentará uma estratégia para a reconstrução do território, mas garantindo que sua população possa continuar vivendo no local.
Trump também sugeriu que os Estados Unidos poderiam assumir o controle do território costeiro. Na terça-feira, ele insistiu na ideia, ao receber na Casa Branca o rei da Jordânia, Abdullah II.
O monarca expressou uma oposição veemente ao deslocamento dos palestinos de Gaza e da Cisjordânia, mas concedeu um gesto a Trump: acolher em seu país “imediatamente” 2.000 crianças palestinas em tratamento contra o câncer.