Jornada Meninas na Ciência 2025 reúne as mais inovadoras propostas de imersão em atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas dentro do IFPA por mulheres. Wesla Sâmyly do Nascimento Santos, Carla Ribeiro da Silva e Maria Vitória Palhares Martins na elaboração do bioplástico comestível
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O bioplástico comestível à base de cupuaçu desenvolvido pelo grupo de estudantes denominado “União Feminina na Ciência”, é um dos destaques da “Jornada Meninas na Ciência 2025″, em Belém, capital do Pará. O evento que iniciou na segunda (10) e encerra nesta terça (11) é realizado pela Pró-reitoria de Pesquisa, Pós-graduação e Inovação do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (Proppg/IFPA).
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A jornada reúne as mais inovadoras propostas de imersão em atividades de ensino, pesquisa e extensão desenvolvidas dentro do IFPA por mulheres, e conta com a participação de estudantes e servidoras de vários municípios paraenses, além da comunidade externa.
O projeto de bioplástico comestível à base de cupuaçu foi desenvolvido pelas alunas do IFPA Campus Itaituba, no sudoeste paraense: Wesla Sâmyly do Nascimento Santos, Carla Ribeiro Da Silva, Emily Rubi Lima e Maria Vitória Palhares Martins, sob orientação da professora Irene Cibelle Gonçalves Sampaio, doutora em Ciências.
O projeto nasceu da necessidade de combater a poluição causada pelo descarte de plástico no meio ambiente. A fragmentação do plástico convencional em microplásticos contamina solos, rios e oceanos, além de afetar a fauna e a saúde humana.
“Para enfrentar esse problema, foi desenvolvido um bioplástico comestível à base de cupuaçu, uma fruta amazônica rica em pectina, substância que confere maior resistência ao material, tornando-o uma alternativa viável ao polímero convencional. Nosso objetivo é oferecer uma solução sustentável para reduzir o consumo de plástico, promovendo uma inovação tipicamente amazônica que fortaleça a bioeconomia da região. Ao utilizar um recurso abundante na Amazônia, valorizamos a biodiversidade local e incentivamos práticas mais sustentáveis para o desenvolvimento econômico”, destacou Wesla Sâmyly.
Jovens desenvolvedoras do bioplástico comestível provando o experimento
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A ideia do bioplástico surgiu a partir de um convite feito pela professora Irene Sampaio, para que algumas alunas participassem do grupo “União Feminina na Ciência”, composto totalmente por mulheres.
Inicialmente, segundo Sâmyly, a ideia foi criar o canudo comestível sabor da Amazônia. Foi desenvolvido o protótipo de canudo sabor cupuaçu, que é uma fruta típica da Amazônia. “Com os avanços de testes que a gente foi fazendo, a gente percebeu que o nosso bioplástico pode ser usado tanto para o canudo como para outras formas de utensílio, como sacolas e etc. Então a gente desenvolveu e tentou melhorar cada vez mais esse bioplástico para ele ter mais utilidade”, contou.
Dificuldades
O processo de desenvolvimento do bioplástico comestível à base de cupuaçu não foi fácil. As estudantes envolvidas no projeto tiveram muita dificuldade com fungos que estavam proliferando no protótipo do bioplástico.
“Tivemos dificuldade com a espessura correta, quantidade adequada de cada ingrediente que era utilizado para a realização desse protótipo. E isso, mesmo a gente fazendo várias pesquisas e fazendo vários testes, demorou alguns meses até a gente conseguir chegar no protótipo correto. E esse processo foi duro, mas a gente conseguiu e resolvemos anotar todo o passo a passo. Depois que a gente conseguiu o primeiro resultado, a gente teve a dificuldade de aumentar para uma maior quantidade, mas depois de algumas tentativas a gente conseguiu”, lembrou Wesla Sâmyly.
Próxima etapa
O objetivo das estudantes para a próxima etapa é fazer uma análise de resistência do bioplástico no laboratório da Universidade Federal do Pará, em Belém.
“Depois que a gente tiver esses resultados a gente vai tentar melhorar e ver o que falta para ele ficar mais resistente, e com isso tentar patentear o nosso bioplástico e dar uma maior credibilidade para que ele seja utilizado para fazer alguns utensílios. Com os testes realizados, a gente vai poder utilizar o bioplástico para reduzir ainda mais o uso do plástico convencional. O nosso bioplástico é totalmente sustentável e comestível”, finalizou Wesla Sâmyly.
Bioplástico comestível à base de cupuaçu já foi apresentado em vários eventos
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O biplástico comestível á base de cupuaçu já foi apresentado nos seguintes eventos:
4ª Semana Nacional da Educação Profissional e Tecnológica será realizada de 26 a 28 de novembro de 2024 (terça a quinta), em Brasília (DF) – Realizada pelo MEC.
XIV Congresso Norte Nordeste de Pesquisa e Inovação (CONNEPI) – Belém/PA.
V Jornada Meninas na Ciência – com o terceiro lugar na premiação.
76ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
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