Uma tia da vítima de São José da Vitória, na Bahia, foi até o Instituto Médico Legal de Vitória (IML) para fazer a liberação. Enterro e velório da criança serão realizados na mesma cidade. Instituto Médico Legal (IML) de Vitória, Espírito Santo
Reprodução/TV Gazeta
O corpo do menino de três anos que deu entrada no Pronto-Atendimento (PA) em Cariacica, na Grande Vitória, morto e com sinais de abuso sexual na quarta-feira (5) foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) de Vitória por uma tia materna na manhã deste domingo (9).
A vítima foi levada à unidade de saúde pelo companheiro do tio, de 18 anos. Segundo avaliação médica, a criança foi espancada e apresentava sinais de abuso sexual.
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O tio do menino, de 21 anos, e o namorado foram presos e autuados em flagrante por homicídio e estupro de vulnerável. Eles foram levados para o Centro de Detenção Provisória (CDP) da Serra.
A tia, que não teve o nome divulgado para proteger os irmãos da vítima, veio de São José da Vitória, na Bahia, a 700 quilômetros da capital capixaba.
Ela relatou que não conhecia o corpo do menino já seguiu para a cidade baiana, onde acontecerá o velório e o enterro.
“Deu um problema na documentação que tanto a perícia quanto o conselho tutelar não tinha os documentos originais dele. Mas o juiz já deu pra gente o documento para tirarmos e vamos dar um enterro digno para o nosso sobrinho. Queremos justiça”, declarou a tia.
Menino de 3 anos é levado morto a PA com sinais de espancamento e estupro
A familiar disse ainda que não conhecia os dois jovens que foram presos e moravam com o sobrinho.
A Polícia Civil investiga se os abusos contra a criança morta eram gravados, já que na casa onde a vítima morava, foram encontrados um notebook e um tripé com iluminação usada para produção de fotos e vídeos.
Informou ainda que a liberação do corpo aguardava alvará judicial devido à ausência de documentação, requisito para o registro do óbito. Com a expedição do alvará, os trâmites foram concluídos neste domingo (09), restando apenas a remoção pela funerária.
Relembre o caso
Segundo o Boletim de Ocorrência (BO), a Polícia Militar foi acionada pela equipe médica da unidade hospitalar para checar informações sobre uma criança com sinais de espancamento e abuso sexual.
A médica que examinou a vítima relatou para os policiais que verificou sinais de abuso sexual na região anal da vítima, e que, além da região íntima, a criança também apresentava hematoma por diversas partes do corpo, como pescoço e braço.
Os policiais questionaram o jovem que levou a criança à unidade sobre o que teria acontecido. O suspeito informou que o menino apresentou febre durante o dia e que ele havia medicado a criança com 10 gotas de dipirona, mas que a vítima veio a convulsionar e desmaiar.
PA de Alto Lage em Cariacica, Grande Vitória
Reprodução/TV Gazeta
À polícia, o jovem de 18 anos contou que na casa onde morava com o tio da vítima, também viviam duas adolescentes, de 16 e 14 anos, e outra criança de 5 anos, irmã do menino de 3.
Posteriormente, o suspeito assumiu ter agredido a criança com tapas e socos apenas quando soube, pelos policiais, que os hematomas eram visíveis, mas negou o abuso sexual.
Uma equipe da PM foi até a residência e fez contato com as menores, que relataram que, na tarde desta quarta-feira (5), o suspeito passou horas no quarto com a vítima.
Policiais foram então até a casa onde a vítima morava e encontraram um colchão no chão com fluidos corporais, fezes, ventiladores apontando para o colchão, um notebook e um tripé com indicativo de que o suspeito gravava vídeos pessoais para publicar na internet.
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Diante desse cenário, a Polícia Científica foi acionada, e, no local, os peritos indicaram que havia indícios de estupro, confirmando a suspeita já levantada para equipe médica.
O Conselho Tutelar apontou que a criança veio da Bahia e passou a morar com o tio em Cariacica em novembro de 2024.
Segundo o órgão, os pais do menino perderam a guarda do filho também por suspeita de violência contra ele, que precisou passar por uma cirurgia em um dos olhos por causa de agressões sofridas anteriormente.
“Perderam a guarda por causa dessas agressões e por outras violações porque eles ficavam em situação de rua na Bahia, eram viciados em drogas, crack, cocaína”, contou o conselheiro tutelar Marcos Paulo Fonseca.
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