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Abelardo Barbosa, mais conhecido como Chacrinha, foi um dos maiores comunicadores da televisão brasileira, brilhando de modo especial nos anos 1970 e 1980.
Chacrinha era famoso por seus bordões e palavras de ordem, tudo para animar o seu auditório e tornar o programa mais vibrante. “Alô, atenção!”; “Aquele abraço”; “Therezinhaaa…” e, dentre estes, criou a frase: “quem não se comunica, se trumbica”.
O momento atual do governo federal ratifica amplamente a frase de Chacrinha. Mas não se trata apenas de má comunicação, mas também de mau entendimento e de más atitudes oficiais diante da realidade.
O governo alega que está à frente de uma ótima gestão, mas isso não é bem comunicado ao povo, o que é apenas parcialmente verdadeiro. A gestão não é ótima, porém, de fato, itens como crescimento do PIB e a menor taxa de desemprego em muito e muito tempo, parecem não ser considerados pela população.
E, neste contexto, a subida expressiva do preço dos alimentos joga um papel central. A inflação pode ser explicada com muitos discursos técnicos, mas quando o arroz, feijão, óleo, carne, farinha, ficam mais caros, não há discurso que dê jeito.
Lula, contudo, parece não se “emendar” e tratou de oferecer mais um de seus discursos, que, aliás, tem se tornado mais frequentes. Dessa vez foi na seguinte linha: “se a pessoa vai ao mercado e sente que o preço de um produto subiu, basta ela não comprar aquele produto”. Bingo! Resolvida a inflação dos alimentos.
Como se diz nas redes sociais, “só que não”. Claro que não é tão simples assim. O mandatário maior da República notabilizou-se em toda a sua longa carreira pela simplicidade de seus discursos, o que costuma ser positivo para ele, especialmente nas campanhas políticas.
Quando, contudo, se trata de explicar, ou de tentar resolver, assuntos técnicos, essa simplicidade – mais apropriadamente um simplismo – claramente não funciona de modo adequado.
E, em momentos assim, o tema da picanha com cerveja também volta à tona. Promessa de campanha de Lula, que defendeu o direito do pobre comer picanha, a inflação corroeu por completo tal possibilidade, estando referido corte sendo vendido por mais de R$ 100,00 o quilo.
Enquanto isso… o novo presidente do Banco Central, por meio do COPOM, subiu a taxa SELIC para 13,25% ao ano. Como tudo o que está ruim pode piorar, a dura ata do COPOM indica que para março vem mais aumento ainda, podendo chegar a 15%.
Lula sempre reclamou muito do anterior presidente do BACEN, Roberto Campos Neto, que foi indicado por Bolsonaro. Falou até em “conspiração contra o Brasil”. Agora, o presidente do BACEN foi indicado por Lula que, assim, tem que lidar com a subida da SELIC sem poder reclamar.