Ele tem mais de 600 composições em carreira que decolou após apoio de produtor de Anitta e Ludmilla. ‘Michael Jackson era tão plural, por que não ser plural?’, ele diz ao g1. O produtor Stefan Baby
Divulgação
Stefan Baby é uma figura popular entre crianças e adolescentes, mas vai além disso. Dentre as mais de 600 músicas que ele diz ter produzido estão parcerias com Lexa, Pabllo Vittar, Valesca Popozuda, Rebecca e Pocah. Ele também é um dos criadores do projeto “Lance de Escola”.
“Esse lado infanto-juvenil vai estar muito presente com meu nome Stefan Baby artista. Eu tenho perfis diferentes no Spotify. Tudo que eu lanço como produtor é DJ Baby. Então, é tudo muito dividido para não estigmatizar”, explica Stefan ao g1.
“Lance de Escola” é um projeto em que as youtubers Kysha e Mine encenam histórias musicais, uma mistura de novelinha teen e clipes com participação recorrente de Baby.
De Stefano para Stefan Baby
Stefano, seu nome original, assinava como Teff antes de usar o nome artístico Stefan. A inclusão do Baby veio das fãs. “Comecei a usar uma tag – que indicava quem produziu a faixa – que dizia ‘This is Stefan, baby’. As fãs passaram a me chamar de Stefan Baby e eu adotei.”
A carreira teve início ainda em Araguaína, cidade do estado de Tocantins que também revelou o Anavitória. Stefan sempre mostrou vocação para a música, lado estimulado desde pequeno pelos pais, Ana Magna, professora e Lamartine Barreto, auxiliar administrativo. Na infância e adolescência, a música entrou na vida dele por meio de canções religiosas.
“Quando algum artista cristão ia para a minha cidade fazer um show, a minha mãe era backing vocal e meu pai baterista. E eu acabava acompanhando.”
Stefan Baby tem Michael Jackson como grande referência em sua carreira
Divulgação
POP KIDS? Como youtubers estão criando hits para minifãs
Aos três anos, ganhou seu primeiro instrumento musical, uma bateria, presente do pai que não aguentava mais vê-lo “tocando” com as panelas. Hoje, além de bateria, Stefan sabe tocar teclado, guitarra e baixo, mesmo sem nunca ter tido aulas.
“Acredito que é dom. Eu escutava uma música e eu saía tocando. Eu nunca aprendi a produzir ninguém. Nunca ninguém me ensinou a produzir, a tocar um violão, uma guitarra, um baixo.”
O mais perto de uma aula foi quando participou da banda da escola. “Lá eu acabei tendo contato, pela primeira vez, com uma partitura”, explica. Aos 14 anos, ele integrava um grupo de música sertaneja, mas não quis seguir no gênero ao postar seu primeiro vídeo no YouTube.
“Uma das coisas que mais me tocou e mais me fez pensar o contrário foi um parente falar assim: ‘Você não vai fazer sucesso se você não cantar sertanejo ou forró’. Isso criou uma interrogação na minha cabeça. O Michael Jackson era tão plural, então por que não ser plural, sabe?”.
O rei do pop é uma presença constante nas referências de Stefan, influência que começou ainda criança. “Meu pai sempre foi muito fã de Michael. Quando ele fez um show no Brasil, que foi transmitido pela Globo em 1997, meu pai colocou para gravar. Eu era alucinado nessa fita, queria ficar assistindo o tempo todo”. Dessa época, ele recorda como a casa de seus pais era musical.
“Meu pai sempre acordava com música. Eu lembro que ele acordou, e colocou Phil Collins, ‘Against All Odds’. Era um CD que eu amava escutar e ele me acordava assim. É uma das melhores memórias que tenho da minha vida e me influencia muito no que eu faço hoje”.
Celular, computador da avó e um sonho
Pop infantojuvenil tenta viralizar para alcançar o sucesso
Stefan deu início à sua carreira musical com recursos limitados, utilizando apenas um celular simples e o computador da avó. Apesar da lógica de investir no sertanejo, gênero em alta na sua cidade, a falta de recursos o levou a explorar outros estilos.
“Quem me conhecia, não tinha muito poder aquisitivo para produzir uma música de alto nível, para pagar instrumentistas e fazer toda a produção. Então, as pessoas não iam pagar e eu optei pelo eletrônico. Eu comecei no pop, depois fui para o funk”, relembra Stefan, que ganhava apenas R$ 50 como cachê pelos primeiros trabalhos.
Em 2019, sua carreira deu uma guinada ao conhecer Umberto Tavares, mega produtor responsável por hits de Kelly Key, Anitta e Ludmilla. A proximidade com esse profissional fez Stefan ter uma maior clareza sobre qual caminho seguir. Chamado de “mentor” e “pai carioca”, Umberto é só elogios para o trabalho de Stefan.
“Ele tem uma percepção muito clara sobre vários estilos porque é muito eclético. Eu vejo o futuro dele como um multiartista. Stefan tem uma valência muito ampla. Ele dança bem, compõe, toca bem os instrumentos e tem uma sacação de arranjos”, descreve Umberto.
O produtor veterano acredita que Stefan pode ajudar artistas a reposicionar suas carreiras. “Vejo o Stefan como um homem de estúdio e como um homem de palco”, opina ele. Stefan aceita os conselhos, é claro. “Eu acredito muito nas decisões que ele toma na minha carreira, mas ele também me fala quando eu devo escutar meu coração. E eu posso fazer as duas coisas.”
Stefan Baby cresce no pop brasileiro com ‘Lance de Escola’ e produções que vão de Lexa a Pabllo
Adicionar aos favoritos o Link permanente.