A cidade de Chapecó, no Oeste de Santa Catarina, fica a quase 600 quilômetros de distância das praias que fazem sucesso no litoral catarinense. Mas isso não quer dizer que os chapecoenses não curtam o verão: ao seu próprio modo, eles fazem o rio “virar mar” no Goio-Ên, com direito a passeio de lancha, boa gastronomia, aventura e diversão.
O Goio-Ên é um distrito de Chapecó e o significado do seu nome já adianta por que é tão procurado no verão: com origem tupi-guarani, o termo significa “muita água” ou “o que vem do rio fundo” e serve para descrever o majestoso Rio Uruguai, que divide os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Nos fins de semana, o Goio-Ên é um dos redutos dos chapecoenses, que aproveitam as águas do rio para descansar e se divertir em família ou com os amigos. A “praia de Chapecó” também tem direito a um belo pôr do sol, que mesmo do lado catarinense pode ser acompanhado pelo chimarrão.
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O que fazer no Goio-Ên
Se as balsas de madeira um dia formavam a paisagem do Goio-Ên, hoje são as lanchas que fazem parte do cenário. É possível alugar embarcações para passeios rápidos ou para passar o dia no Rio Uruguai, com direito a churrasco a bordo e uma bela paisagem.
A gastronomia é outro destaque: com restaurantes com cardápio completo, é possível apreciar vários pratos, típicos da região, como a tilápia, ou não. Há opções localizadas às margens do rio, ótima pedida para provar boa comida enquanto contempla a paisagem.
Já para quem gosta de aventura, uma tirolesa permite fazer uma viagem interestadual em apenas um minuto. Em um trajeto de 1.300 metros, ela leva os aventureiros do Rio Grande do Sul a Santa Catarina por cima do imponente Rio Uruguai.
O Goio-Ên também é cenário de competições de mononáutica, que reúnem pilotos de vários lugares do mundo no lago formado pela barragem de Foz do Chapecó. Os campeonatos reúnem milhares de espectadores que acompanham os pilotos em alta velocidade.
E quem realmente não abre mão de uma praia, ainda pode aproveitar a Prainha do Goio-Ên, uma faixa de areia às margens do Rio Uruguai que reproduz uma praia mesmo longe do litoral.
A história de um rio e seu povo
Há registros de populações estabelecidas às margens do Rio Uruguai há mais de 10 mil anos. Aliás, artefatos cerâmicos encontrados na região são a prova da existência desses povos, que usavam as águas do rio para pescar e todo o entorno para caçar e coletar alimentos.
Já no século passado, as balsas para o transporte de madeira tomavam conta do rio, movimentando o comércio nos pontos de partida. A extração de areia, assim como a pesca e o cultivo, também eram fonte de sustento de uma população que estabeleceu uma forte relação com o Rio Uruguai.
Com a construção da Usina Hidrelétrica Foz do Chapecó, entre a cidade catarinense de Águas de Chapecó e a gaúcha Alpestre, vários municípios da região tiveram áreas alagadas pelas águas do rio, que subiu 12 metros. Parte da comunidade do Goio-Ên precisou ser realocada, mas conserva na lembrança as memórias do tempo das balsas.