Leilão e festa arrecadam R$ 29 milhões para restaurar casa de Nina Simone


Resultado superou estimativa inicial, de US$ 2 milhões, cerca de R$ 10 milhões. Casa foi o local onde a cantora começou a tocar piano. Cena do documentário ‘What Happened, Miss Simone?’, sobre Nina Simone
Divulgação/Sundance
Um leilão de obras de arte e uma festa de gala em Nova York arrecadaram cerca de US$ 6 milhões (cerca de R$ 29 milhões, na conversão atual) para restaurar a casa natal da diva do soul e militante dos direitos civis Nina Simone, anunciaram os organizadores.
“Este novo financiamento fará avançar de forma significativa os objetivos do nosso projeto de concluir a restauração completa da casa e de sua área externa”, disse Brent Leggs, diretor do programa para proteger o patrimônio afro-americano no National Trust for Historic Preservation. “Com este investimento, estamos no caminho de abrir as portas para visitantes em 2024.”
O resultado superou com folga a estimativa inicial, que era de arrecadar cerca de US$ 2 milhões (cerca de R$ 10 milhões).
Brent Leggs, do Fundo de Ação do Patrimônio Cultural Afro-Americano, nos EUA
Angela Weiss/AFP
O leilão eletrônico, que começou no último dia 12, terminou nesta quarta-feira (22), com US$ 5,38 milhões (R$ 26,7 milhões), aos quais se somam US$ 500 mil (R$ 2,4 milhões) angariados em uma festa de gala no último sábado (20), informou a Galeria de Arte Pace, que organizou a venda com a casa de leilões Sotheby’s.
A casa modesta tem 60m² e três ambientes, com varanda na entrada e fachada de madeira pintada de branco. Ela fica em Tryon, interior da Carolina do Norte.
Em 2017, a casa foi comprada por US$ 95 mil (R$ 471 mil) pelos artistas Julie Mehretu, Ellen Gallagher, Rashid Johnson e Adam Pendleton, para que não caísse no esquecimento.
A cantora Nina Simone
Michel Gange/AFP
Onze quadros foram colocados à venda no leilão. A iniciativa contou com o apoio da campeã de tênis Venus Williams.
Nina Simone teve uma relação difícil com os Estados Unidos, onde nasceu, em 1933, durante a segregação racial. Na casa de Tryon, onde viveu seus primeiros anos com os pais e os irmãos, a pequena Eunice Waymon (seu nome verdadeiro) foi cercada de música e começou a tocar piano aos 3 anos.
Pessoas visitam exposição do leilão para angariar fundos para a reforma da casa de infância de Nina Simone
Angela Weiss/AFP
O sonho de Nina de se tornar uma pianista clássica, no entanto, chocou-se com a recusa do conservatório da Filadélfia a admiti-la, o que ela atribuiu a racismo.
Na década de 1960, Nina iniciou sua luta pelos direitos civis dos afro-americanos. Mudou-se posteriormente para a Europa, onde morreu em 2003, no sul da França.

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