Aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendem que o governo faça uma correção de rumo urgente para 2026 e afirmam que a pesquisa Quaest acende alerta em setores importantes da sociedade e da região nordeste, onde o PT tradicionalmente desbanca a oposição.
A pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira (27) aponta que o trabalho do presidente Lula (PT) é reprovado por 49% dos eleitores brasileiros e aprovado por 47%. É a primeira vez que a desaprovação supera, numericamente, a aprovação desde o início da série histórica da pesquisa, iniciada em fevereiro de 2023.
A avaliação interna é de que os resultados das eleições municipais de 2024 já serviram como um termômetro preocupante, indicando que o PT precisa monitorar a possível perda de apoio significativo na única região onde Lula venceu com ampla vantagem sobre Jair Bolsonaro. O mandatário conquistou 69,34% dos votos na região ante 30,66% de Bolsonaro.
Receba no WhatsApp os posts do blog da Andréia Sadi
A percepção entre os aliados é de que, para reverter esse cenário, será necessário adotar ações específicas e direcionadas ao Nordeste, que até então foi tratado como um reduto seguro do PT.
Além desse ponto específico, aliados reforçam o diagnóstico de que a pesquisa mostra que falta uma marca, uma bandeira nova e entregas concretas de curto prazo.
Lula 3 x lula 1
Além desse ponto específico, aliados reforçam o diagnóstico de que a pesquisa mostra que falta uma marca, uma bandeira nova e entregas concretas de curto prazo.
A demora na tomada de decisões estratégicas, resultado de um governo que priorizou atender a uma ala mais à esquerda do PT em 2023, é vista como um erro.
Lula precisa ser mais pragmático, repetir o que foi feito em 2002 e em 2006. Isso porque esse terceiro mandato acontece após a Lava Jato e tem tom mais dogmático.
Apesar das recentes crises do governo na forma de se comunicar — como o preço dos alimentos e as fake news sobre a taxação do PIX — o problema, segundo interlocutores, é político e não de estratégia de comunicação.
Para enfrentar o desafio, a avaliação é de que o governo precisa agir rapidamente e com foco na gestão, apresentar resultados de curto prazo, em especial no nordeste.
Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, o que explica a reprovação histórica de Lula é a percepção dos eleitores sobre a condução da economia no país e as promessas de campanha do presidente.
“Primeiro, Lula não consegue cumprir suas promessas. Esse percentual sempre foi alto, mas chegou ao seu maior patamar em jan/25: 65%. Ou seja, mais do que gerar esperança, o atual governo produz frustração na população”, afirma Nunes.