Crime aconteceu em Olinda, na sexta-feira (24). Homem pediu que jovem fosse a centro para suposta aula de computação e, lá, praticou o estupro. Homem foi levado para a Delegacia do Varadouro, em Olinda
Reprodução/Google Maps
A polícia prendeu em flagrante um professor voluntário acusado de estuprar um adolescente de 14 anos dentro de um centro comunitário infantil na Ilha do Maruim, em Olinda. O suspeito é Eduardo da Silva França, de 53 anos, que dava aulas de reforço para o garoto há pelo menos três anos.
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Segundo a advogada Janayara Ferreira, que representa a família do adolescente, o rapaz recebeu mensagem do professor às 12h15 da sexta-feira (24), pedindo para ele ir para uma aula de computação que aconteceria no centro comunitário às 14h.
De acordo com o relato da advogada, quando o jovem chegou lá, Eduardo disse que os outros alunos ainda não haviam chegado. Em seguida, ele levou o adolescente para o laboratório de informática, trancou a porta e praticou sexo oral à força no menino.
Janayara Ferreira afirma ainda que o rapaz tentou fugir e pedir socorro, mas só conseguiu sair da sala quando o professor permitiu. Ele, então, chegou em casa assustado, com a camisa rasgada, e contou à mãe o que tinha acontecido.
“A mãe, sem saber o que fazer, desesperada, ligou duas vezes para o professor. Ele não atendeu. Mas apareceu na casa da família”, afirmou Janayara Ferreira.
Segundo a advogada, ele pediu desculpas à mãe e ao avó do rapaz, prometeu que o episódio não se repetiria e apelou para que eles não contassem o fato a ninguém, por ter uma mãe idosa, que dependia dele.
Depois que ele foi embora, a mãe levou o garoto para fazer uma denúncia na Delegacia do Varadouro, em Olinda. O professor foi preso na casa de um parente dele, no bairro de Salgadinho.
Em nota, a Polícia Civil confirmou a prisão em flagrante e informou que ele responde pelo crime de estupro de vulnerável. O professor deve passar por audiência de custódia neste sábado (25), para que a Justiça decida se ele responde pelo crime em liberdade, ou se seguirá preso.
Para a advogada da família, o crime foi premeditado. “Depois que aconteceu o fato, a família percebeu que ele já estava com intenção na criança. Porque eles passaram um tempo no interior, e ele ligava quase todos os dias para o celular do menino, perguntando quando eles iam voltar”, afirmou.
O que diz o centro comunitário?
Uma das diretoras do centro comunitário, Laudicea Santos de Almeida disse que a instituição, que existe desde 1986, ficou surpresa com a prisão.
“Nenhum pai, ninguém, nunca reclamou de nada. Até porque a gente faz um trabalho sério. Então, a gente não iria admitir. Se a gente tivesse a sabedoria de saber a índole das pessoas, ele não estaria ali. Até porque a gente não aprova esse tipo de comportamento”, explicou.
Segundo ela, o professor era voluntário no local há 12 anos, dando aulas de português, matemática, história e ciências. Por morar perto da instituição, ele tinha a chave do centro.
A diretora também disse ser impossível ter uma aula de informática acontecendo no prédio porque as atividades foram encerradas em 26 de dezembro do ano passado e só serão retomadas após o carnaval.
“Ele sempre foi um educador respeitoso, nunca deixou a desejar para nós um olhar diferenciado para com as crianças e os adolescentes. Isso nunca aconteceu. E toda atividade que existe lá é feita à luz do dia. As aulas de reforço, de percussão”, disse Laudicea.
O g1 entrou em contato com a defesa do professor, que informou que iria aguardar a audiência de custódia antes de se pronunciar sobre o caso.
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