O que você costuma fazer antes de dormir? Muitos leem livros e outros assistem séries, mas algumas preferem assistir vídeos de curta duração, como os reels do Instagram ou do TikTok, famosos por serem uma fonte de entretenimento rápida e acessível. Porém, você sabe quais prejuízos eles podem trazer para o seu coração?
Uma pesquisa recente publicada no renomado periódico científico BMC Public Health levantou um alerta: assistir a esse tipo de conteúdo antes de dormir pode estar associado ao aumento da pressão arterial.
O levantamento analisou os hábitos de mais de 4 mil pessoas, com idades entre 18 e 45 anos, na China. Os participantes, que frequentemente costumavam assistir vídeos de curta duração antes de dormir, apresentaram maior propensão à hipertensão, especialmente quando outros fatores de risco, como má alimentação, sedentarismo e privação de sono, também estavam presentes.
Segundo os autores, o impacto vai além do tempo de tela: trata-se de um comportamento multifatorial. Fatores como dieta rica em sódio, obesidade, histórico familiar e níveis elevados de estresse também contribuem para a hipertensão, mas assistir vídeos de curta duração desempenha um papel potencialmente agravante.
Como assistir vídeos de curta duração podem influenciar a pressão arterial?
Duas explicações principais foram identificadas no estudo:
Excitação simpática
Assistir a vídeos antes de dormir pode ativar o sistema nervoso simpático, responsável pela resposta de “luta ou fuga”. Essa ativação aumenta a frequência cardíaca e os níveis de pressão arterial, preparando o corpo para agir em vez de relaxar.
Efeitos da luz azul
A luz emitida pelos dispositivos eletrônicos inibe a produção de melatonina, hormônio essencial para regular o ciclo do sono. A exposição excessiva pode levar à insônia ou a uma redução na qualidade do sono. Estudos apontam que dormir menos de seis horas por noite está diretamente ligado ao aumento da pressão arterial e até ao declínio cognitivo.
Riscos de um estilo de vida sedentário
Diferente de assistir à TV, que muitas vezes é acompanhada por outras atividades físicas, como caminhar em uma esteira ou alongamentos, o consumo de vídeos curtos tende a ocorrer de forma estática, reforçando comportamentos sedentários.
Além disso, o formato dinâmico e viciante desses vídeos pode prolongar o tempo de uso, reduzindo ainda mais as horas de descanso.
Como reduzir o impacto do tempo de tela no sono?
Especialistas recomendam algumas estratégias para minimizar os danos:
- Toque de recolher digital: defina um horário para encerrar o uso de dispositivos eletrônicos, idealmente 30 a 60 minutos antes de dormir;
- Evite o celular na cama: deixe o aparelho longe da cabeceira para reduzir a tentação de continuar navegando;
- Adote hábitos relaxantes: substitua o tempo de tela por atividades como leitura, meditação ou até exercícios de respiração para preparar o corpo e a mente para o descanso.