Mais de 300 crianças são atendidas por acidentes domésticos em menos de 15 dias no Trauma de João Pessoa


Número é de pacientes atendidos no Hospital de Trauma de João Pessoa. Quedas lideram os casos. Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa
Reprodução/TV Cabo Branco
Do dia 1º ao dia 12 de janeiro, pelo menos 300 crianças vítimas de acidentes domésticos foram atendidas no Hospital Estadual de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, em João Pessoa. O destaque é para os acidentes relacionados a quedas, que somaram 166 casos.
Em 2024, o complexo pediátrico registrou 8.082 atendimentos por acidentes domésticos, onde os meses de mais entradas para atendimento foram janeiro e dezembro. De acordo com o Trauma, as quedas são as mais frequentes nos atendimentos de emergência infantil, com 4.247 casos atendidos por esse motivo. As outras causas foram: corpo estranho (1.716), pancadas (678), trauma (472), acidente de bicicleta (236), queimaduras (214), cortes (156), atropelamentos (147), queda de escada (68), agressão animal (67), choques (23), queda de árvore (15) e afogamento (18), entre outros.
Acidentes domésticos podem acontecer nos momentos de distração, e durante as férias escolares, quando os cuidadores precisam conciliar as tarefas, a atenção redobrada se torna fundamental.
“Os acidentes dentro de casa representam 50% dos casos de crianças de 0 a 12 anos. A prevenção é o único caminho possível. Prevenir significa criar ambientes seguros e manter vigilância constante”, explicou o diretor-geral da instituição, Laecio Bragante.
Segundo o coordenador da Pediatria do Hospital de Trauma, Roberto Leitão, qualquer queda que seja o dobro da altura da criança já é considerada uma grande altura. “Escadas, móveis como cama, sofá e mesa são potenciais causadores de acidentes com os pequenos. Mas o maior perigo em casa são as quedas de janelas . Não precisa ser uma janela de prédio; se a criança pula de uma janela, mesmo em uma casa de um andar, já há um risco grande de lesões graves. Elas devem estar teladas, e escadas sempre protegidas”, finalizou.
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Criança de 5 anos cai do 3º andar de prédio, na zona sul de João Pessoa
Em dezembro de 2024, uma menina de 7 anos foi um desses casos. No dia 18 de dezembro, a criança de 7 anos caiu do 3º andar de um prédio no bairro Valentina, em João Pessoa. Ela segue internada no Trauma e até a última atualização desta matéria estava em quadro clínico grave, mas estável.
Outra ocorrência bastante frequente dentro de casa é a que envolve ‘corpos estranhos’, que se referem a qualquer objeto ou substância ingeridos ou colocados pela criança nas narinas ou nos ouvidos. No Hospital de Trauma, esse tipo de ocorrência foi o terceiro mais frequente em 2024, ficando atrás apenas das quedas e dos acidentes de trânsito. Grãos, como castanhas, milho de pipoca, feijão cru e amendoim, oferecem um risco maior se aspirados, ou seja, se entrarem nas vias aéreas.
“A imaturidade da criança pode fazê-la se engasgar com mais facilidade, aumentando o risco da aspiração ao invés da ingestão. As vias aéreas são menores, o que significa que o corpo estranho tem um impacto maior, resultando em asfixia mais grave do que em crianças maiores”, pontuou Roberto Leitão.
Dicas para evitar acidentes com crianças em casa:
Cobrir tomadas com proteção adequada;
Proteger pilhas e baterias de objetos com fita para evitar que sejam engolidas;
Não deixar objetos pequenos, cortantes e perfurantes ao alcance de crianças;
Não deixar produtos químicos, medicamentos e inflamáveis ao alcance de crianças;
Nunca deixar crianças pequenas sozinhas no banho ou em qualquer recipiente com água (o afogamento pode ocorrer em segundos!);
Instalar grades de pelo menos 1,20 metro nas bordas das piscinas;
Ter supervisão exclusiva de adultos em ambientes de piscina (não dividir a atenção com celulares, livros, etc.);
Usar boias aquáticas específicas para o tamanho da criança quando os pequenos forem nadar.
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