Yoon Suk Yeol foi afastado temporariamente pela Assembleia Nacional no dia 14 de dezembro. Agora, o Tribunal Constitucional vai julgar se ele continua ou não no cargo. Guarda do presidente sul-coreano impede polícia de cumprir mandado de prisão
A guarda do presidente afastado da Coreia do Sul impediu que a polícia cumprisse o mandado de prisão emitido pela Justiça.
Sete da manhã na Coreia do Sul. Cerca de 100 policiais, acompanhados de promotores de Justiça, chegaram em frente à casa do presidente Yoon Suk Yeol. Tinham em mãos um mandado de prisão, emitido no dia 31 de dezembro de 2024.
Primeiro, tiveram que passar por apoiadores do presidente e carros estacionados na rua. Quando chegaram perto do prédio, eram mais dez ônibus e carros na barreira.
Depois de quase uma hora, os agentes conseguiram se aproximar mais da residência. Só que foram barrados mais uma vez por 200 agentes e militares da segurança presidencial, e também pelos advogados de Yeol, que se recusaram a aceitar o mandado de prisão.
O presidente já tinha prometido desde quinta-feira (2) que ia rejeitar a ordem das autoridades. No dia 3 de dezembro, ele decretou lei marcial no país. Alegou que tinha norte-coreanos infiltrados no governo e que o Parlamento, controlado pela oposição, não o deixava governar. A tentativa de golpe durou poucas horas. A população saiu às ruas revoltada e os deputados decidiram, por unanimidade, que o decreto, que limitaria direitos civis e a liberdade de imprensa, era ilegal.
Mesmo políticos do próprio partido de Yeol ficaram contra ele depois desse dia, e o Parlamento votou pelo impeachment do presidente. Yoon foi afastado temporariamente pela Assembleia Nacional no dia 14 de dezembro. Agora, o Tribunal Constitucional vai julgar se ele continua ou não no cargo.
Guarda do presidente afastado da Coreia do Sul impede que polícia cumpra mandado de prisão emitido pela Justiça
Jornal Nacional/ Reprodução
O mandado de prisão foi emitido porque Yeol não apareceu para depor depois de três intimações. Ele está sendo investigado por abuso de poder e por incitar uma insurreição.
Depois de um impasse que durou cinco horas e meia, a polícia saiu da residência presidencial. O mandado de prisão expira na segunda-feira (6). As autoridades ainda não decidiram como vão proceder até lá. Os investigadores declararam que podem pedir a prisão também dos guarda-costas por obstrução de justiça. A equipe da segurança presidencial disse que está seguindo a lei e cumprindo o dever de proteger Yoon.
Os Estados Unidos são grandes aliados da Coreia do Sul. A aliança é estratégica para conter a influência chinesa. Na segunda-feira (6), o secretário de Estado americano Antony Blinken vai a Seul discutir a cooperação entre os dois países.
LEIA TAMBÉM
Tentativa de prender presidente destituído da Coreia do Sul é suspensa em meio a tumulto e barreira de guardas presidenciais
Justiça da Coreia do Sul emite mandado de prisão contra presidente que sofreu impeachment
Crise política e governo impopular: o que levou o presidente da Coreia do Sul a decretar lei marcial