Cantora jamais registrou em disco composições lançadas por nomes como Ney Matogrosso, Ed Motta, Zélia Duncan, Ronaldo Resedá, Frenéticas e Baby do Brasil. ♪ MEMÓRIA – Das 315 músicas de autoria de Rita Lee (31 de dezembro de 1947 – 8 de maio de 2023) registradas oficialmente em cerca de 60 anos de carreira, nada menos do que 19 permaneceram inéditas na voz da autora, mas estão eternizadas em gravações de diversos cantores e bandas.
Uma das maiores compositoras do Brasil, Rita Lee sempre demonstrou generosidade da dimensão do talento ao fornecer músicas para outros artistas. Somente Ney Matogrosso ganhou várias, sendo que três nunca foram gravadas por Rita. Dessas três, duas, Bandido corazón (1976) e Amor objeto (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1981), foram hits. A terceira, Vira-lata de raça (1998), é parceria de Rita com o filho Beto Lee, tendo sido gravada por Ney no álbum Olhos de farol.
Um dos maiores sucessos do grupo As Frenéticas, o rock Perigosa (1977) foi criado por Roberto de Carvalho e Nelson Motta com a colaboração de Rita (autora do verso “Dentro de mim”) e mereceu várias gravações ao longo do tempo, mas nunca da própria Rita. Pouco lembrada, Perigosíssima (1979) foi outra música feita pelo trio de compositores para as Frenéticas que nunca ganhou a voz de Rita.
Na era dos dancin’ days, Rita e Roberto de Carvalho também fizeram duas músicas para o primeiro álbum do cantor Ronaldo Resedá (1945 – 1984), sendo que uma delas, Pif-paf (1979), nunca entrou na discografia de Rita.
No mesmo ano de 1979, a compositora fez Papo de anjo com Roberto de Carvalho para álbum de Baby do Brasil e jamais gravou a música. Como também jamais pôs voz em Diga ao povo que fico, música dada pela dupla hitmaker de compositores para Marília Gabriela no mesmo ano de 1982 que Rita e Roberto presentearam a banda Rádio Táxi com Coisas de casal, música que está tecnicamente fora da lista por ter ganhado discreto vocal da cantora na gravação original do grupo.
Da mesma forma, as quatro parcerias da compositora com Ed Motta – Fora da lei (1997), Colombina (2000), Nefertiti (2009) e S.O.S. amor (2013) – permaneceram inéditas na voz de Rita Lee.
Talvez por ter gerado tanta música, e com tanta qualidade, a compositora também nunca pôs voz em Muito prazer, Zezé (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1978), Galo-galã (Rita Lee e Sonia Burnier, 1992), Eterno agora (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1992), Cyrano (Rita Lee e Apollo 9, 2001), Desconforto (Rita Lee e Zélia Duncan, 2001) e Entre eu e você (Rita Lee e Apollo 9, 2006) – músicas lançadas em disco nas vozes de Zezé Motta, Jane Duboc, Roberto de Carvalho, Trio Mocotó, Zélia Duncan e Tita Lima, respectivamente.
Por fim, até por falta de tempo, Rita não gravou o recente rock anarquista Caos (2022) – parceria da artista com Roberto de Carvalho e com Beto Lee, um dos filhos do casal – lançado no último álbum de músicas inéditas da banda Titãs.
Com todas essas músicas inéditas na voz da cantora, Rita Lee até poderia ter feito – se quisesse – álbum autoral que adicionasse tais composições à discografia oficial da artista. Contudo, o que já ficou registrado em disco por Rita Lee já é o bastante para que entronizá-la eternamente como a rainha do rock e do pop do Brasil.
Obra autoral de Rita Lee tem músicas nunca gravadas pela artista, mas conhecidas em outras vozes
Adicionar aos favoritos o Link permanente.