Em entrevista, Volodymyr Zelensky trouxe uma nova proposta para um cessar-fogo: que o território ucraniano deve ficar sob os cuidados da Otan, a Aliança Militar do Ocidente. Em entrevista, Volodymyr Zelensky trouxe uma nova proposta para um cessar-fogo: que o território ucraniano deve ficar sob os cuidados da Otan, a Aliança Militar do Ocidente.
Reprodução/Jornal Nacional
O presidente da Ucrânia sinalizou um recuo e, agora, já diz que pode ceder território para a Rússia em troca de um cessar-fogo e proteção da Otan (Aliança Militar do Ocidente).
Na entrevista à rede britânica Skynews, Volodymyr Zelensky trouxe uma nova proposta que poderia – nas palavras dele – encerrar a “fase quente” da guerra.
Ele disse que o território ucraniano, que está fora do domínio russo, deveria ficar sob os cuidados militares da Otan, que reúne mais de 30 países, como Estados Unidos, Reino Unido e França. Enquanto a outra parte, que está invadida pelos russos, poderia ser retomada depois, por meio de uma negociação diplomática.
Mas Zelensky enfatizou que só aceitaria uma proposta como essa caso a adesão à Otan incluísse todo o território ucraniano. Parece até uma solução simples, mas é justamente o que Vladimir Putin não quer.
Nessa semana, o presidente russo declarou que não impôs nenhuma condição prévia para iniciar as negociações com a Ucrânia, mas reiterou o último plano apresentado em junho: a Rússia quer anexar quatro regiões ucranianas, e a garantia de que a Ucrânia não vai ser membro da Otan.
Essas propostas apresentadas por Putin e Zelensky têm mais ares políticos e retóricos do que soluções concretas. É uma forma de cravar publicamente o que eles desejam na mesa de negociações.
É que um novo fator externo promete interferir nessa guerra: Donald Trump, o presidente americano eleito, disse que vai acabar com o conflito assim que assumir o cargo, em um dia. E, apesar de não ter dito como, isso reacendeu as ambições dos dois lados.
Os líderes europeus que mantêm apoio militar à Ucrânia já deixaram claro que não querem um desfecho da guerra que envolva a perda de territórios. O medo é de que os russos avancem sobre outras partes do continente europeu.
A Rússia também conta com parceiros estratégicos pra manter o fôlego da guerra, como a China e a Coreia do Norte.
Neste sábado (30), a imprensa estatal norte-coreana divulgou que o líder Kim Jong-un disse que o uso de armas de longo alcance pelo exército ucraniano é uma forma de intervenção direta dos Estados Unidos na guerra, e que o Kremlin tem o direito à autodefesa.