Os problemas começaram por causa da chuva que atingiu São Paulo no fim da tarde de quinta-feira (28). Segundo a concessionária que administra o aeroporto, 115 pousos e decolagens foram cancelados. Cancelamento de voos no Aeroporto de Congonhas, em SP, afeta outros aeroportos do país
Reprodução/TV Globo
O cancelamento de voos no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, teve reflexões em outros aeroportos do país.
Passageiros ligavam para família, improvisavam reuniões de trabalho e lotavam a área de embarque de Congonhas.
O aeroporto já tinha amanhecido com um a cada dois voos atrasados, o que atrapalhou o sonho de quem viajava de avião pela primeira vez.
“Chegou aqui meia-noite e estamos até agora. Agora, não acha passagem. Nós íamos 13h pra Vitória e agora disse que é 23h da noite”, conta Maria Auxiliadora Cardoso – aposentada, dona de casa.
O gerente de vendas Leandro Moreira enfrentou o cancelamento de dois voos, passou por quatro aeroportos e acabou assumindo o prejuízo de comprar uma nova passagem para Belo Horizonte.
“Hoje é a formatura da minha filha. A colação é 19h30, eu chego em Confins às 19h e, se tudo der certo, eu vou chegar umas 20h. Mas pelo menos eu consigo acompanhar um pouco da colação”, diz.
Os problemas começaram por causa da chuva que atingiu São Paulo no fim da tarde de quinta-feira (28).
Segundo a Aena Brasil, concessionária que administra o aeroporto, 115 pousos e decolagens foram cancelados. Na tarde desta sexta-feira (29), mais de 20% dos voos ainda estavam atrasados.
Cancelamento de voos no Aeroporto de Congonhas, em SP, afeta outros aeroportos do país
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O Aeroporto de Congonhas recebe cerca de 63 mil pessoas por dia. Tem o segundo maior movimento do país, mas quando se trata de voos domésticos, é a principal porta de entrada e saída para as cidades brasileiras. Em um cenário de mau tempo, os problemas que acontecem no aeroporto de Congonhas se espalham para outros aeroportos que dependem de conexões e rotas associadas.
O problema em Congonhas afetou voos nos aeroportos de Curitiba, Recife e Brasília. Especialistas explicam que o efeito em cadeia impacta toda a malha aérea.
“O avião pode começar no Rio de Janeiro, ir para Salvador, depois vai para Manaus, depois volta para São Paulo. De São Paulo ele vai. Então, se você tiver uma interrupção, um atraso ou fechamento de qualquer um desses aeroportos, isso aqui vai repercutir no planejamento dos voos desse avião durante todo o dia. E como eles não têm aviões reservas e espaço suficiente, você acaba tendo um efeito cascata”, destaca André Castellini – consultor no setor de aviação.
E qual o tamanho da frustração de um torcedor do Botafogo que não estará mais em Buenos Aires pra ver amanhã a final da Libertadores?
“Viagem de pai e filho que a gente sonha muito em fazer. O Botafogo nunca chegou na final da Libertadores, 30 anos esperando”, relata Yuri Santana – militar.
O torcedor do Atlético Mineiro, que vai disputar o título contra o Botafogo, também se viu diante de uma corrida contra o tempo.
“A esperança é a última que morre. Vamos lá no balcão para ver o que eles têm para falar. Mas, eu quero que o Galo ganhe em primeiro lugar. Se ganhar e não chegar, melhor do que eu chegar e não ganhar. (risos)”, afirma Heider Gonçalves, consultor de empresas – torcedor do Atlético Mineiro.
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