Grupo Eu e elas segue a linha do show feito por Caetano Veloso com os filhos em 2017, da junção da dinastia Ramil e da atual turnê de Gilberto Gil com o clã do artista baiano. Orlando Morais forma o grupo Eu e Elas com as filhas Ana (à esquerda), Cleo (ao centro) e Anttónia
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♪ ANÁLISE – Se já soa familiar a notícia de que Orlando Morais formou grupo com as filhas cantoras Ana Morais, Anttónia e Cleo, Eu e elas, é porque as famílias musicais brasileiras nunca estiveram tão unidas nos palcos e nos estúdios.
A estreia do show do quarteto Eu e elas em duas apresentações no Blue Note de São Paulo (SP) – programadas para 30 e 31 de agosto – reforça tendência que ganhou força na cena brasileira a partir da reunião de Caetano Veloso com os filhos Moreno Veloso, Tom Veloso e Zeca Veloso no show Ofertório.
Estreado em outubro de 2017, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), o show Ofertório arrastou multidões ao sair em turnê pelo Brasil e acabou gerando álbum ao vivo e DVD.
A rigor, Dorival Caymmi (1914 – 2008) foi o primeiro patriarca da música brasileira a entrar em estúdio e a dividir o palco com os filhos Danilo, Dori e Nana Caymmi dos anos 1960 aos anos 1990. Contudo, foi o sucesso do show de Caetano com os filhos que gerou a tendência atual.
No embalo, a família Ramil reuniu gerações do clã gaúcho em show estreado em março de 2018 sob a liderança dos irmãos Kleiton Ramil, Kledir Ramil e Vitor Ramil. O show gerou registro ao vivo lançado neste mês de agosto de 2023, cinco anos após a estreia da turnê.
Depois, foi a vez de Gilberto Gil reunir filhos e netos no show Nós, a gente (2022 / 2023), cuja turnê internacional chegou em junho ao Brasil um ano após ter estreado na Europa em junho do ano passado.
Grupos formados por irmãos sempre foram recorrentes na música brasileira. Basta lembrar a Família Lima, quarteto gaúcho formado em 1994 por três irmãos com um primo, e o grupo teen KLB, formado em 2000 por três irmãos e atualmente em turnê de revival intitulada 20 + 2 Experience. Sem falar nas duplas formadas por irmãos que povoam o universo sertanejo desde a criação do mercado de música caipira.
Contudo, a junção em cena de um patriarca – como Caetano Veloso, Gilberto Gil e Orlando Morais, cujo repertório autoral será a base do show do grupo Eu e elas – com filhos e/ou netos é fenômeno relativamente recente que, a julgar pelas boas respostas do público, ainda parece ter fôlego mercadológico.
Caetano Veloso e os filhos tom Veloso (à esquerda), Zeca Veloso e Moreno Veloso (à direita) no show ‘Ofertório’
Marcos Hermes / divulgação
Reunião de Orlando Morais com filhas Ana, Anttónia e Cleo reforça tendência de shows em família
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