Tony Bennett, fã de Leny Andrade, deixa duetos com Ana Carolina e Maria Gadú em álbum de 2012


Discografia do cantor norte-americano, morto aos 96 anos, também inclui músicas de Antonio Carlos Jobim. Ana Carolina com Tony Bennett (1926 – 2023) em agosto de 2012 em estúdio de Nova York (EUA)
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♪ MEMÓRIA – A morte de Tony Bennett (3 de agosto de 1926 – 21 de julho de 2023), aos 96 anos, reaviva as conexões do cantor norte-americano com artistas brasileiros, em especial com três cantoras.
Uma das referências mundiais de canto masculino no século XX, Bennett era admirador de Leny Andrade. Reverenciada no nicho norte-americano do jazz, a cantora carioca teve o privilégio de ter Bennett nas plateias de vários shows que fez em casas de Nova York (EUA).
Na área fonográfica, Bennett gravou músicas do compositor carioca Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994) desde que a bossa nova explodiu nos Estados Unidos em 1964 e encantou todas as grandes vozes norte-americanas.
Bem mais tarde, em 2012, quando vivia nova onda de popularidade com a série de álbuns Duets, iniciada em 2006, Bennett entrou em estúdio para gravar um terceiro título nesse formato, Viva duets, disco mais voltado para o mercado latino.
O cantor queria ter Roberto Carlos no elenco desse disco, mas Roberto declinou do convite por questões de agenda. As duas vozes que representaram o Brasil no time de convidados do álbum Viva duets (2012) foram as das cantoras Ana Carolina e Maria Gadú.
Em 15 de abril de 2012, Gadú embarcou para os Estados Unidos para gravar com Tony Bennett a canção Blue velvet (Bernie Wayne com Lee Morris, 1950), popularizada pelo próprio Bennett em 1951 e amplificada décadas depois ao dar título ao filme Veludo azul (1986).
Orquestrado com cordas, em gravação feita dentro da atmosfera clássica do disco, o dueto de Bennett e Gadú misturou versos em inglês e português. “De veludo azul, mais que o azul do seu olhar / A tua boca a suspirar / … / De veludo azul, se revestiu meu coração”, cantou Gadú em português, em tom etéreo, em gravação que também teve versos em inglês cantados pela artista paulistana.
“Foi muito especial conhecê-lo”, ressaltou Gadú, hoje, em rede social, ao relembrar o encontro com o astro norte-americano.
Maria Gadú e Tony Bennett (1926 – 2023) em 2012, ano da gravação do dueto em ‘Blue velvet’ para o álbum ‘Viva duets’
Reprodução / Facebook Maria Gadú
Também bilíngue, o dueto de Ana Carolina e Bennett em The very thought of you (Ray Noble, 1934) – gravado em 21 de agosto de 2012, no estúdio Avatar, em Manhattan (Nova York, EUA) – foi aclimatado em ambiência íntima e classuda similar à da faixa com Gadú.
Em tom aveludado e contido, sem os habituais arroubos vocais, o canto de Ana foi ouvido em versos como “Eu vivo assim / Sempre a sonhar assim / Feliz, eu estou enfim / Parece só ilusão / Mas é muito para mim”, vertidos para o português pela própria cantora e compositora mineira.
Na ocasião, Ana Carolina deu depoimento oficial sobre a gravação com Tony Bennett: “O encontro com Bennett foi um dos momentos mais especiais de minha carreira. Quando ele esteve no Brasil em 2009, fui ao show com a minha mãe, que é a verdadeira culpada por me fazer desde pequena ouvir os discos deste rei da canção norte-americana. Naquela época, não imaginei que, poucos anos depois, estaríamos no mesmo estúdio dividindo uma canção do naipe de The very thought of you, da qual ainda tive a honra de fazer uma versão em português. Lembrei da minha mãe e dos discos do Bennett que ouvíamos em Juiz de Fora. No início da gravação, eu fiquei um pouco nervosa, mas logo me senti em casa. Tony é um gentleman e me deixou muito tranquila. Gravamos em poucos takes e eu saí de lá com a sensação de um sonho realizado”.
Capa do álbum ‘Viva duets’, de Tony Bennett
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