‘Eu não sei nem me distanciar tanto e mostrar tudo que ele era’, diz Marcelo Drummond, viúvo de Zé Celso


Ator destacou o lado de Zé Celso preocupado com o social e com a cultura do país. ‘Ele inventou um teatro, não só esse, mas a cena, ele inventou o teatro dentro da cena’, comentou durante o velório. Dramaturgo morreu nesta quinta (6) e corpo foi velado cerimônia no Teatro Oficina. Marcelo Drummond, viúvo de Zé Celso, fala sobre os anos que passou ao lado do companheiro
Marcelo Drummond, viúvo de Zé Celso, relatou a dificuldade em falar sobre o legado deixado por Zé Celso, seu companheiro de vida e arte há mais de 30 anos.
Durante o velório do dramaturgo, na manhã desta sexta-feira (7), Drummond ressaltou o trabalho político e social feito por Zé Celso.
“Muita gente que confunde o que é o Zé, que acha que é só uma loucura, uma bebedeira. Claro, tem o lado dionisíaco, da bebedeira, da loucura’, pontuou.
“Mas tem um outro lado do Zé, que é um Zé muito preocupado com o social, em primeiro lugar, preocupado com a cultura, tanto que ele inventou um teatro, não só esse, mas a cena, ele inventou o teatro dentro da cena. Eu não sei nem me distanciar tanto e mostrar tudo que ele era, porque eu vivi muito tempo com ele. Foram 37 anos e sempre batalhando para fazer o teatro”.
Velório
O corpo do dramaturgo chegou ao Oficina por volta das 23h, quando teve início o velório. Ele morreu após um incêndio atingir o apartamento onde vivia, na Zona Sul da capital.
Às 8h desta sexta (7), o espaço chegou a ser fechado para o público e reservado apenas aos familiares e amigos, mas voltou a ser reaberto ao público uma hora depois.
Corpo do dramaturgo Zé Celso foi velado durante a madrugada desta sexta (7)
ALEXANDRE MARETTI/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO
O teatro fica na Rua Jaceguai, 520, no Bixiga, Centro da capital. Foi recebido sob muitos aplausos, tambor e gritos de “viva, Zé”.
O velório foi aberto ao público, e a rua ficou fechada para a passagem dos carros. Um telão foi montado na rua para a transmissão do rito.
Os atores Julia Lemmertz e Alexandre Borges se juntam a multidão para acompanhar a chegada do corpo de Zé Celso ao Teatro Oficina, onde acontecerá o velório
Claudia Castelo Branco/g1
No início da noite, enquanto aguardavam a chegada do corpo, as pessoas no teatro seguravam rosas brancas e cantavam, emocionadas:
“Enquanto eu puder cantar, enquanto eu puder seguir, enquanto eu puder sorrir”.
Atores e atrizes cantam e dançam em velório do fundador do Teatro Oficina, Zé Celso
Muitas gerações compareceram à homenagem. Artistas conhecidos da televisão se misturaram aos do teatro, do cinema e a crianças.
Os versos “sambando nesse carnaval com a minha arte, que é imortal”, do samba-enredo “Quatro Séculos de Paixão – História do Teatro Brasileiro”, da Vila Isabel, foram entoados por todos no início do rito.
Em fila, também cantaram a marchinha carnavalesca “Mamãe eu Quero”. E, de repente, surgiu o som de tambores. O rito teve muitas performances e diversidade, tudo com um toque do dramaturgo.
Integrantes do Teatro Oficina se abraçam em velório do fundador, Zé Celso
Claudia Castelo Branco/ g1
Sob coroas, artistas fizeram saudações a Oxum, a orixá do amor e das águas doces, em frente a uma fonte de água decorada com coroas.
Atores e atrizes do Teatro Oficina homenageiam Zé Celso com música e dança em velório

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