Escorpiões causam 62% dos acidentes com animais peçonhentos no Piauí, diz Sesapi; saiba como se proteger


Segundo levantamento da pasta, mais de 5 mil ocorrências de picadas e escorpião foram registradas entre janeiro e outubro deste ano. A presença de escorpiões é comum em períodos quentes, e alguns cuidados precisam ser observados para evitar acidentes. O escorpião-amarelo, o Tityus serrulatus, é considerado o mais perigoso do Brasil
Instituto Vital Brazil
O Piauí registrou mais de 5 mil acidentes com animais peçonhentos entre janeiro e outubro de 2024, segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesapi). Dentre as ocorrências, 3.567 foram acidentes com escorpiões, o que representa 62% da quantidade total no período (veja a lista completa logo abaixo).
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➡️ Qual a diferença entre animais peçonhentos e venenosos? Conforme o Ministério da Saúde, ambos produzem toxinas, mas os venenosos armazenam as substâncias para se defender de predadores, enquanto os peçonhentos as injetam ativamente tanto em predadores quanto em presas.
Nesta reportagem, fique sabendo:
Quais os escorpiões encontrados no Piauí?
Como se proteger dos ataques?
O que fazer em caso de acidente?
De acordo com o levantamento da Sesapi, os acidentes aconteceram com os seguintes animais:
Acidentes com animais peçonhentos no Piauí
A capital Teresina é o município com o maior número de ocorrências: 1.088 até o momento. Novamente, os escorpiões dominam, com 624 acidentes, ou 57% dos casos. Eles são seguidos de abelhas (124), aranhas (81), serpentes (33), lagartas (21) e outros animais (205).
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Escorpiões mais perigosos
Escorpião-amarelo fotografado no interior de São Paulo
Antonio Bordignon/iNaturalist
Há mais de 180 espécies de escorpiões no Brasil, mas apenas quatro delas podem causar acidentes graves, sendo todas do gênero Tityus. São elas:
Escorpião-amarelo (T. serrulatus);
Escorpião-amarelo-do-Nordeste (T. stigmurus);
Escorpião-marrom (T. bahiensis);
Escorpião-preto-da-Amazônia (T. obscurus).
As quatro possuem um veneno neurotóxico, com efeitos no corpo todo e não apenas no local da picada. O escorpião-amarelo e o escorpião-amarelo-do-Nordeste, que podem ser encontrados no Piauí, medem de 5 a 7 cm.
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Como se proteger?
Escorpião-amarelo-do-Nordeste fotografado no Ceará
Célio Moura Neto/iNaturalist
O g1 conversou com o veterinário Gustavo D’ávila, que explicou que o período de calor é ainda mais perigoso em relação aos escorpiões. Isso porque eles procuram locais para se abrigarem do calor, e vão para dentro das casas das pessoas.
“Nesse período eles procuram locais mais úmidos e escuros para se abrigarem, principalmente em entulhos de materiais de construção, resto de podas de árvores e lixo acumulado. E isso não só atrai os escorpiões, como também alguns invertebrados como grilos e baratas que servem de alimento. Ou seja, ele encontra um ambiente propício para poder se instalar”, explicou Gustavo.
Os escorpiões são animais bastante resistentes a inseticidas e dedetizações. Assim, o jeito é manter a casa limpa, e redobrar a atenção para os locais onde eles podem se instalar:
Nos quintais e terraços:
Manter os quintais, terraços, garagens e arredores das residências limpos, principalmente de acúmulos de entulhos e outros objetos deixados de lado, que podem formar ambientes escuros e úmidos, os preferidos dos escorpiões.
Sempre usar luvas e botas de borracha quando for adentrar em um local com muito entulho. Eles podem estar escondido nesses pontos
Proteja os predadores: Um ponto importante é manter e proteger os predadores naturais dos escorpiões como gambás (nossa famosa mucura), corujas e outras aves silvestres.
Dentro de casa:
Fique atento aos calçados e roupas antes de utilizá-los. Um acidente comum acontece quando os escorpiões se escondem dentro dos calçados, e picam as pessoas ao reagir quando elas os calçam.
Vedar ralos de banheiros e pias e os pequenos vãos de portas e janelas.
O que fazer em caso de acidente?
Em caso de picada de escorpião, a orientação do veterinário é uma só: busque atendimento médico o mais rápido possível. Quanto maior o tempo entre a picada e o atendimento, maior o risco de morte.
É importante ainda evitar as “receitas” alternativas, que podem deixar a situação ainda mais grave.
“E nunca, em hipótese alguma, ingerir bebidas como leite ou cachaça, passar substâncias no local da picada como querosene, borra de café, urina e nem fazer perfurações no local afim de evitar um agravamento da situação”, explicou o veterinário.

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