Governo do Pará busca elaborar plano de sustentabilidade para a indústria mineral, diz secretário


Em entrevista ao g1, secretário adjunto de Gestão de Regularidade Ambiental Rodolpho Zaluth afirmou que o governo pretende que as indústrias alinhem práticas ESG às prioridades previstas pelo licenciamento ambiental. Secretário Rodolpho Zaluth participa de evento do setor mineral reunindo empresas que atuam no Pará a fim de discutir ESG global e práticas sustentáveis na Amazônia.
Reprodução / Ascom Semas
Rodolpho Zaluth, secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental do Pará, afirmou nesta terça-feira (1º) que o Governo do Estado vem buscando elaborar um plano de sustentabilidade para a indústria. O anúncio foi feito durante um evento com empresas do setor mineral que atuam no Pará, incluindo multinacionais.
Segundo Zaluth, a proposta do governo é que o padrão ESG global, adotado pelas empresas e que são determinadas pelo mercado internacional, se alinhem às prioridades do processo de licenciamento ambiental no estado.
ESG é a sigla, em inglês, de Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), que mostra o quanto um empreendimento busca minimizar impactos no meio ambiente, alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas (ONU).
O secretário disse, em entrevista ao g1 Pará, que o objetivo seria fazer com que as indústrias que emitem carbono na Amazônia possam adotar práticas mais sustentáveis que causem menos impactos ao meio ambiente, a partir de iniciativas concretas.
“A ideia de reunir com as empresas do setor mineral, que é um grande emissor de carbono, é justamente possivelmente elaborar planos sociais e ambientais para garantir mais sustentabilidade”.
A criação do plano para as indústrias, segundo a proposta do governo, seria aos moldes de planos que já estão sendo desenvolvidos no estado, como o “Plano de Bioeconomia”, o “Plano de Recuperação Florestal”, o “Plano Amazônia Agora” e o programa “Territórios Sustentáveis”. Todas políticas públicas ambientais que lidam mais diretamente ao uso do solo, dentro da Política Estadual sobre Mudanças Climáticas.
Ao g1 Pará, o secretário afirmou que a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) “vem dialogando com diversas empresas, incluindo o setor minerário, para buscar a maior integração entre o licenciamento ambiental e as práticas ESG”.
“Existem uma série de regras de mercado para iniciativas de sustentabilidade. Então, as empresas preparam projetos, mas eles estão ainda vinculados mais ao ESG do que efetivamente ao licenciamento ambiental. É neste ponto que o diálogo sobre a sustentabilidade acaba sendo paralelo, e ainda não de forma integrada com o governo”.
Entre as medidas que o secretário defende para que as empresas do setor mineral atinjam práticas mais sustentáveis na Amazônia é a transição da matriz energética, com uso de fontes limpas, citando o Terminal de Gás Natural, usado na região de Barcarena.
Para o setor mineral, entre os gargalos que envolvem a sustentabilidade estão: integridade de negócios, planejamento de legados positivos, responsabilidade social e ambiental.
No Pará, a mineração é bastante ligada a impactos socioambientais e até a episódios de desastres ambientais, sendo um dos setores de maior emissão de carbono. No entanto, o estado se mantém como segundo maior produtor de minério do país, registrando em 2024 a participação de 17,7% na produção nacional, atrás apenas de Minas Gerais.
No ano em que o estado vai sediar a Conferência Mundial sobre as Mudanças Climáticas (COP 30), é o primeiro congresso técnico sobre mineração sustentável realizado pelo Sindicato das Indústrias Minerais do Estado do Pará (Simineral), com apoio do Sistema Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa) e do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
A programação, em parceria com a Semas, vai até esta quarta-feira (2) na sede da Fiepa, em Belém.
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