Sepultura leva turnê de despedida ao Lolla e celebra novo baterista: ‘Melhor coisa que aconteceu’


Banda toca no Lollapalooza neste domingo (30) e participou do g1 Ouviu, videocast de música do g1. Veja o que músicos falaram sobre o show. Andreas Kisser, do Sepultura, fala sobre preconceito com heavy metal
Considerada uma das bandas mais importantes do metal em todo mundo, o Sepultura tem mais de 40 anos de carreira e está se despedindo com a turnê “Celebrating life through death”. Um dos shows mais aguardados dessa despedida é no festival Lollapalooza deste domingo (30).
O guitarrista Andreas Kisser e o baixista Paulo Xisto Jr. falaram sobre essa apresentação no g1 ouviu, o podcast e videocast de música do g1. Veja o que você precisa saber antes do show:
Despedida
O Sepultura passou por muitas mudanças desde o início da banda, em 1984. Mas mesmo assim, o grupo conseguiu manter uma trajetória sólida ao longo de todas as trocas de integrantes.
Andreas contou que decidiu encerrar enquanto o grupo ainda está em forma. “É uma decisão que eu trouxe pra mesa tem uns três anos. São vários motivos, mas acho que tem muito a ver com minha experiência pessoal, perder minha mulher [a empresária Patrícia Perissinotto], a própria pandemia e comecei a conversar com eles”, contou Andreas.
Paulo disse que ninguém se opôs ao pedido de Andreas para a banda encerrar atividades. “É um momento de respeitar e absorver isso tudo.”
Para essa despedida, eles estão gravando uma música inédita por show ao longo de 40 datas. A ideia é lançar um disco com todas elas, ao fim da turnê.
Troca de integrantes
O Sepultura foi fundado pelos irmãos Max e Iggor Cavalera, que deixaram a banda nas décadas de 90 e 2000, respectivamente. Hoje, o grupo tem o vocalista Derrick Green e baterista Greyson Nekrutman, que entrou no lugar de Eloy Casagrande logo antes do começo desta turnê. O músico saiu do Sepultura e passou a integrar o Slipknot.
“Foi uma surpresa absurda. Ele estava há 13 anos na banda, dois anos que a gente estava falando da turnê de despedida. Dois dias antes estava resolvendo coisa de setlist com ele. E ele liga e fala que tem que ter uma reunião e que estava no Slipknot. Virou as costas e foi embora”, disse Andreas.
Andreas Kisser e Paulo Jr., do Sepultura, em entrevista ao g1 Ouviu em São Paulo
Fábio Tito/g1
Apesar da troca repentina de integrantes, os músicos comemoram a entrada de Greyson. “A gente podia estar chorando, brigando, sentindo pena da gente… botando a culpa em A, B ou C”, disse Andreas.
“A gente trabalhou com o que tinha, sempre. E foi a melhor coisa que aconteceu com a gente no final. O Greyson é um cara que gosta de aprender”.
Show passa por hits e diferentes fases
Para celebrar a carreira de mais de quatro décadas, o Sepultura revisita seus próprios clássicos. O repertório tem mudado com a entrada de Greyson, que está se adaptando às músicas – mas algumas faixas, como “Roots Bloody Roots”, são garantidas.
Se o grupo seguir na linha do Lolla Chile e Argentina, onde já se apresentou, deve incluir músicas dos discos “Chaos A.D.”, “Roots”, “Arise” e o álbum mais recente, “Quadra”. A famosa versão de “Polícia”, dos Titãs, também pode entrar na lista.
Metal é para todos?
No Lolla, a banda é a única de heavy metal nesta edição do evento e não pretende alterar seu repertório por se tratar de um festival com fãs de vários estilos.
“É sensacional, porque você toca para um público que nunca viu. Não tem como maquiar a banda pro público. Eles chamam o Sepultura porque querem Sepultura, então vamos levar o show do Sepultura.”
Andreas reforçou que acha o heavy metal um estilo inclusivo, que pode ser do gosto de todo mundo. “Heavy metal é muito família. É o estilo mais popular do mundo”.
Para ele, a identidade do Sepultura é a liberdade. “É viver o presente, não ficar preso no passado como o próprio Max está até hoje, regravando o ‘Roots’. Um cara que fala que é super criativo, repetindo o que já foi feito há 30 anos. Sepultura é essa capacidade de mexer com o presente”, analisou.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.