The Marías faz show alto astral, mas ‘pressão baixa’, e não engaja quem não conhecia a banda


Grupo californiano trouxe música psicodélica para o palco principal, mas fãs de Tate McRae e Shawn Mendes seguiram sentados. The Marías canta ‘Otro Atardecer’ no Lollapalooza 2025
Em todo o line-up do Lollapalooza 2025, a banda The Marías é um dos poucos acertos modernos (e um dos mais interessantes) na lista. O grupo californiano de dream pop subiu no palco principal na tarde deste sábado (29) e deu uma cara psicodélica à programação de hoje – que, aliás, é mais Rock in Rio que Lolla.
Como assistir aos shows? Clique aqui para ver no Globoplay. Ou aqui para ver em 4K
TEMPO REAL: Acompanhe tudo o que acontece no Lollapalooza 2025
Liderada pela voz etérea de María (que prefere usar apenas seu primeiro nome), a banda trouxe um repertório romântico e introspectivo. Faixas como “Hamptons” e “Real Life” ganharam mais corpo com a bateria em alto volume, o que ajudou a animar o show.
The Marías se apresenta no 2º dia de Lollapalooza 2025
Reprodução
A dançante “Run Your Mouth”, mesclada com uma versão de “Lovefool” dos Cardigans, até orientou o público a se mexer. Nada mais que um passo pra cá, um passo pra lá, mas já rolou um movimento.
The Marías não é nenhum líder das paradas, mas é queridinho de muita gente. Desde o EP “Superclean”, de 2017, até o aclamado “Submarine” de 2024, a banda se firmou como um nome alternativo que não tem dificuldade em vender shows – acumulando participações em álbuns de grandes artistas ao longo do caminho.
É o caso de “Otro Atardecer”, colaboração com o astro porto-riquenho Bad Bunny. Presente na lista desta tarde, a música empolgou quem estava na grade, com direito a passeio da vocalista pela galera.
Essa interseção entre a canção anglófona e as influências hispânicas é uma das marcas da música do The Marías, muito por causa da vocalista de Porto Rico.
A outra é um jeitão aéreo das músicas, que mesclam influências de Tame Impala a Sade, e se encaixam bem em qualquer playlist. Com isso, ganham vantagem nos streamings que catalogam músicas por “vibe” e “humor”.
Mas com exceção de faixas dançantes e sensuais como “Hush”, ao todo, o show é um pouco “pressão baixa”. As músicas não dão muito espaço para grandes performances e empolgação.
Não ajudou que, no dia de cantores pop como Benson Boone e Tate McRae, o grupo destoe com suas canções tranquilas.
Alguns fãs esperavam naquele palco por Shawn Mendes e a própria Tate, e nem se levantaram (no máximo filmaram “No One Noticed”, que fez sucesso no TikTok). De resto, o show ficou como trilha sonora para mexer no celular.
Mas não adianta tentar conquistar quem não quer ser conquistado. Então, The Marías pregou para convertidos – esses, sim, saíram satisfeitos.
Cartela resenha crítica g1
g1

Adicionar aos favoritos o Link permanente.