Itamaraty cobra explicações do embaixador de Israel sobre morte de brasileiro em prisão


Segundo fontes, diplomatas em Ramala e Tel Aviv também estão em contato com autoridades locais. Circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas. O Ministério das Relações Exteriores chamou nesta quarta-feira (26) o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, a dar explicações sobre a morte do cidadão brasileiro-palestino Walid Khalid Abdalla Ahmad em uma prisão de Israel.
A informação foi revelada pelo jornal “O Globo”. A Globonews também teve acesso à informação. Procurada, a embaixada de Israel não havia se pronunciado até a última atualização desta reportagem.
A morte de Ahmad foi divulgada na última segunda (24) pela Federação Árabe Palestina no Brasil e confirmada nesta terça (25) pelo Itamaraty.
O cidadão brasileiro-palestino de 17 anos estava preso desde 2024 em Megido e não chegou a ser julgado antes de morrer. As circunstâncias da morte ainda não foram esclarecidas.
Segundo informações obtidas pela Globonews, além de cobrar explicações de Zonshine, o Ministério das Relações Exteriores, por meio do escritório em Ramala e da embaixada em Tel Aviv, também tem cobrado explicações das autoridades locais. Diplomatas brasileiros também estão em contato com a família dele.
Nesta terça, em nota, o Itamaraty cobrou do governo de Benjamin Netanyahu que conduza uma investigação “célere” da morte do jovem e divulgue as conclusões às quais chegar.
“Em linha com suas obrigações internacionais, o governo israelense deve conduzir investigação célere e independente acerca das causas do falecimento, bem como dar publicidade às suas conclusões”, afirmou o Itamaraty na terça.
“Onze brasileiros residentes no Estado da Palestina seguem presos em Israel, a maioria dos quais sem terem sido formalmente acusados ou julgados, em clara violação ao direito internacional humanitário”, completou.
Em nota, a Federação Árabe Palestina afirmou que a prisão onde ele estava se assemelha a um “campo de concentração”, com casos de tortura por meio de choques elétricos, espancamentos e privação de comida, por exemplo.
O cidadão brasileiro-palestino Walid Khalid Abdalla morreu em uma prisão em Megido, em Israel
Reprodução
Brasil defende cessar-fogo permanente
Desde que começou a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas, que controla a Faixa de Gaza, em outubro de 2023, o Brasil tem defendido um cessar-fogo permanente, além da entrada de ajuda humanitária para os palestinos que vivem em Gaza.
Paralelamente a essa defesa, o Brasil também tem questionado publicamente o que chama de limites éticos e legais das ações militares promovidas pelo governo de Benjamin Netanyahu; pedido que as tropas israelenses deixem completamente a Faixa de Gaza; e afirmado que israelenses agem como “colonos” com os palestinos.
Em recentes manifestações públicas, o governo brasileiro também disse “deplorar” as decisões do governo Netanyahu de impedir a entrada de ajuda humanitária em Gaza e de realizar novos bombardeios na região num contexto de cessar-fogo temporário.
Em declarações públicas, em fóruns internacionais por exemplo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem criticado o governo Netanyahu, afirmando que estão morrendo na guerra não somente integrantes do Hamas, mas, também, crianças, mulheres e homens inocentes.
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