Caso Vanessa: relatório aponta falha de comunicação e falta de sistema informatizado na Deam


Documento que indica riscos que a vítima estava sofrendo foi preenchido a mão pela jornalista, sem ir para um sistema informatizado, e não foi recebido a tempo pela delegada que fez o atendimento. Vanessa Ricarte tinha 42 anos e era assessora de imprensa do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Reprodução/Redes Sociais
A Corregedoria-Geral da Polícia Civil concluiu o relatório com a apuração de detalhes do atendimento feito à jornalista Vanessa Ricarte, assassinada no dia 12 de fevereiro, horas depois de denunciar o ex-noivo, Caio Nascimento, na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), em Campo Grande (MS).
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Conforme o governo do Estado, com o encerramento das investigações, o relatório se torna parte do processo contra o assassino de Vanessa, que tramita em segredo de Justiça. Por isso, o documento e as conclusões da corregedoria sobre o atendimento à vítima não foram divulgados inteiramente.
O único ponto revelado foi a descoberta de uma possível falha de comunicação entre o setor psicossocial da Casa da Mulher Brasileira e a Deam.
O governo explicou que, a jornalista, ao procurar a delegacia, foi recebida pelo setor psicossocial e preencheu um documento que indica os riscos que a vítima está sofrendo. Neste documento, Vanessa informou ter sido mantida em cárcere privado durante vários dias. O problema, é que a informação não chegou a tempo nas mãos da delegada que fez o atendimento a jornalista.
Após o registro do boletim de ocorrência, Vanessa foi orientada a avisar Caio, por mensagem, que ele não poderia continuar na casa dela devido a uma medida protetiva deferida pela Justiça. Sem nenhum acompanhamento policial, a vítima voltou para casa com um amigo e, ao chegar, foi assassinada a facadas.
Todos os problemas no atendimento foram revelados pela própria jornalista, em áudios enviados por ela a uma amiga minutos antes de ser assassinada.
Conforme o governo, essa falha de comunicação pode ter acontecido porque o documento de análise do risco vivido pela vítima, preenchido por Vanessa, ainda é feito a mão e não é um sistema informatizado. Diante disso, já se estudam maneiras para tentar solucionar esse problema.
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Relembre o crime
A jornalista Vanessa Ricarte, morreu na noite do dia 12 de fevereiro, após ser esfaqueada em casa pelo ex-noivo, Caio Nascimento, em Campo Grande.
A vítima fugiu de um cárcere privado para ir até Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), e registrar boletim contra o ex-noivo. Ela foi esfaqueada horas depois, na tarde de quarta-feira (12). Caio foi preso em flagrante pela Brigada Militar.
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