
De acordo com a Fraport, concessionária que administra o terminal, após a enchente de maio de 2024 com a redução do tráfego aéreo, aves e outros animais retornaram em quantidade às proximidades da pista. Fraport usa fogos de artifício para combater aves no aeroporto Salgado Filho
Para evitar o choque de aves em aviões nas proximidades do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, a Fraport está usando fogos de artifício, falcões e gaviões. De acordo com a equipe de Gerenciamento do Risco de Fauna (GRF), desde junho de 2024 a concessionária intensificou os esforços de remoção de animais silvestres da área operacional.
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Conforme a Fraport, após a enchente de maio, com o fechamento do aeroporto e os primeiros meses de reabertura, houve redução do tráfego aéreo. Com isso, aves e outros animais retornaram em quantidade às proximidades da pista.
Segundo levantamento da administradora do aeroporto, entre junho e setembro do ano passado, foram retirados 548 animais. São 253 carcaças e 295 animais vivos, que foram resgatados e transportados para áreas seguras.
O uso de fogos de artifício é uma das medidas adotadas para espantar os animais. A concessionária explica que, quando ocorre a queima dos fogos, as aves se afastam devido ao barulho. A Fraport relembra que esse método existe há mais de 15 anos no mercado, é considerado seguro e é utilizado em diversos aeroportos pelo Brasil.
No RS existe uma lei que proíbe fogos de artifício com barulho. Os artefatos pirotécnicos não podem ultrapassar 100 decibéis a uma distância de 100 metros. A Fraport garante que respeita a legislação vigente.
Animais são treinados para espantar aves de pequeno porte que se aproximam da região
Diego Vara / Agência RBS
Os falcões e gaviões são utilizados para capturar e afugentar espécies que apresentam risco às operações, como quero-quero, a marreca e o maçarico.
A Fraport confirma que existem outros métodos usados, como o monitoramento da fauna, vistorias de identificação de focos atrativos, ações promocionais preventivas e controle de áreas verdes.
Por fim, a concessionária ainda afirma que efetuou a instalação de um dispositivo acústico de alta potência que gera frequências sonoras no intuito de espantar as aves da região. O método aumenta a sensibilidade das aves aos sinais, melhorando a eficácia da dispersão sem causar estresse nos animais.
Mais de 20 mil colisões registradas
De acordo com o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), de 2011 a 2020, foram registradas 20.131 colisões entre animais e aeronaves, resultando numa média anual de aproximadamente 2.078 eventos.
No Brasil, considerando o período de 2011 a 2020, o custo médio anual das colisões de animais com aeronaves é estimado em mais de US$ 7 milhões.
Em 2024, o Ministério de Portos e Aeroportos lançou a Base Nacional de Informações de Medidas de Mitigação do Risco de Fauna, na plataforma Hórus, que centraliza e compartilha as estratégias adotadas pelos aeroportos brasileiros no monitoramento da fauna.
Segundo a pasta, a base de dados reúne atualmente 5.377 medidas relacionadas a 122 espécies, incluindo aves, mamíferos e répteis, e 216 grupos faunísticos.
“A identificação das espécies envolvidas nas colisões permite a definição da melhor estratégia de eliminação ou mitigação do risco de fauna, bem como a produção de dados e informações de interesse aos envolvidos”, afirma o Ministério.
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