
Na madrugada de 14 de setembro de 2019, o Palácio de Blenheim foi invadido por criminosos que executaram o ousado furto da obra “America”.
De acordo com a agência de notícias AP, o crime, marcado por um planejamento meticuloso, resultou na subtração do vaso de ouro e ainda provocou danos consideráveis ao edifício, como a inundação de parte das instalações.
Autor do roubo, Michael Jones, de 39 anos, foi julgado e considerado culpado, enquanto Fred Doe, de 36 anos, recebeu condenação por conspiração para transportar bens roubados.
A obra “America” e seu percurso
Criada pelo italiano Maurizio Cattelan, a peça “America” é um vaso sanitário revestido com 18 quilates de ouro. Originalmente exposta no museu Guggenheim de Nova York, foi concebida para ser interativa: os visitantes agendavam um horário e tinham um tempo limitado de três minutos para utilizá-la, procedimento que atraiu aproximadamente 100 mil pessoas entre 2016 e 2017. Essa inusitada combinação de arte e funcionalidade conferiu à obra um destaque particular no mundo contemporâneo, antes de se tornar o alvo de um roubo que abalou a cena cultural.
Desdobramentos e condenações
No desenrolar do caso, James Sheen já havia se declarado culpado em audiências anteriores, fortalecendo a acusação contra o grupo. Em contraste, o quarto acusado, Bora Guccuk, foi absolvido pelos jurados. O julgamento, realizado nesta terça-feira (8), evidencia a complexidade dos delitos que envolvem o universo da arte, onde o valor simbólico e financeiro das obras pode atrair esquemas criminosos sofisticados. As sentenças dos condenados Michael Jones, Fred Doe e James Sheen serão anunciadas em breve, deixando o caso como um exemplo dos riscos e contradições que permeiam a intersecção entre crime e cultura.