Condenado por matar a ex, médico denunciado por crime sexual contra adolescente durante consulta está proibido de atender


Conselho de Medicina disse que registro foi suspenso por ordem judicial. Alfredo Carlos Dias Mattos Junior foi condenado por homicídio em 2011. Médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior, condenado por matar a ex-mulher, é denunciado por abuso sexual, em Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
O médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior está proibido de atender. Ele foi condenado por matar a ex-mulher e denunciado por crime sexual contra uma adolescente durante uma consulta. Conforme nota divulgada pelo Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego), ele teve o registro suspenso a partir de uma ordem judicial.
Em nota, a defesa do médico disse que discorda da suspensão do registro. O advogado Roberto Serra da Silva Maia disse ainda que irá entrar com recurso para reverter a suspensão (leia texto completo abaixo).
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Alfredo foi condenado pelo homicídio da ex-esposa em 2011 (saiba mais sobre o crime abaixo). Ele cumpria pena em regime aberto, em Morrinhos, no sul de Goiás. No dia 14 de março, ele voltou a ser preso por conta da denúncia da adolescente.
Crime sexual
Em fevereiro de 2025, a jovem 17 anos afirmou ter sofrido abuso durante consulta em hospital de Goiânia. A adolescente foi buscar tratamento para uma dor no estômago, diz denúncia do MP-GO. O documento narra que o médico solicitou exames, entre eles uma endoscopia e uma ultrassom endovaginal à jovem.
Com os resultados, levados pela jovem e pela mãe a Alfredo no mês seguinte, o médico afirmou que ela tinha “anteversão do útero”, conhecida popularmente como “útero invertido”, e que essa era a causa das dores de estômago.
Médico suspeito de abusar de adolescente está preso
Conforme a denúncia, o médico disse que faria um procedimento no consultório para colocar o útero da adolescente no lugar. O documento relatou que o médico pediu que a adolescente retirasse a blusa, abaixasse a calça e se deitasse na maca para corrigir a posição do útero ali mesmo no consultório. Inclusive, o médico teria manifestado o interesse de fazer o “procedimento” também na mãe da adolescente.
Na gravação, segundo o delegado, o médico está sendo acusado por abusar de uma adolescente em uma consulta e disse que tem mais vítimas. De acordo com denúncia oferecida pelo Ministério Público de Goiás, outras mulheres registraram denúncia contra o médico, “por condutas semelhantes, em que ele se valia da posição de médico para praticados atos libidinosos, o que demonstra a habitualidade e a gravidade de sua conduta,” segundo o texto.
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Crime anterior
Alfredo Carlos Dias Mattos Junior foi condenado pela morte da ex-mulher Magda Maria Braga de Mattos. O crime aconteceu em Nova Lima (MG), em 1999. Alfredo dopou a ex-sogra que estava no quarto e aplicou álcool no soro da ex-mulher. Ao reagir com os medicamentos que Magda tomava, a substância provocou a morte dela.
O médico foi condenado pelo crime em 2011 e recebeu o direito de recorrer da decisão em liberdade. No dia 6 de março, a Justiça havia determinado que o médico usasse tornozeleira eletrônica.
Anteriormente, o MP havia pedido pela prisão do médico, mas foi negado sob a justificativa de que os argumentos usados pelos promotores foram genéricos e se basearam nos relatos feitos pela suposta vítima e pela mãe dela.
De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Goiás e do MP-GO, o caso do crime sexual está sob segredo de justiça.
Nota da defesa de Alfredo Carlos Dias Mattos Junior
“A defesa de Alfredo Carlos Dias Mattos Júnior manifesta sua inconformidade com a imposição da proibição do exercício da medicina como medida cautelar decretada em um processo judicial, decisão que, apesar de respeitada, já está sendo devidamente combatida por meio dos recursos cabíveis.
A imposição dessa restrição, antes do devido trânsito em julgado, atenta contra a presunção de inocência, princípio fundamental assegurado pela Constituição Federal. O profissional afastado tem uma carreira médica de mais de três décadas, sem registros de condutas irregulares, e sempre exerceu sua profissão com ética e responsabilidade.
A defesa reafirma seu compromisso com a legalidade e a transparência no curso do processo e reitera que todas as providências judiciais estão sendo adotadas para restabelecer o direito de Alfredo ao exercício da medicina. Confiamos que a Justiça prevalecerá e que seu nome será devidamente reabilitado perante a sociedade e sua categoria profissional.
Por fim, esperamos que a imprensa e a sociedade evitem julgamentos precipitados e aguardem o desfecho do devido processo legal no Poder Judiciário, onde os fatos deverão ser apurados de maneira justa e imparcial.
Roberto Serra da Silva Maia – Advogado”
Médico Alfredo Carlos Dias Mattos Junior foi condenado por matar a ex-mulher e preso em 2015, em Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
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