
No dia anterior, a moeda norte-americana recuou 0,07%, cotada a R$ 5,8077. Já o principal índice da bolsa de valores avançou 0,29%, aos 123.864 pontos. Notas de dólar.
Luisa Gonzalez/ Reuters
O dólar abriu em leve alta nesta quinta-feira (13), com investidores na expectativas por novos dados econômicos no Brasil e nos Estados Unidos, que devem trazer um melhor panorama sobre como anda a atividade nos dois países.
Por aqui, destaque para os dados do setor de serviços.
Nos EUA, o mercado aguarda a divulgação dos números mais recentes de inflação ao produtor e de pedidos por seguro-desemprego — dados que podem trazer pistas sobre quais devem ser os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na condução dos juros.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
Dólar
Às 09h01, o dólar subia 0,06%, cotado a R$ 5,8113. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve baixa de 0,07%, cotada a R$ 5,8077.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,30% na semana;
queda de 1,83% no mês;
perdas de 6,02% no ano.
a
Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na véspera, o índice teve alta de 0,29%, aos 123.864 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
recuo de 0,94% na semana;
alta de 0,87% no mês; e
ganho de 2,98% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
Na agenda macroeconômica de ontem, o destaque no Brasil ficou com a divulgação do IPCA. O indicador apontou que os preços no país subiram 1,31% em fevereiro, o maior patamar para o mês desde 2003.
Todos os grupos pesquisados pelo IBGE tiveram alta nos preços, com destaque para Habitação, com a alta da energia elétrica residencial, Educação, com os reajustes das mensalidades escolares, e Alimentação e bebidas, com a continuidade da inflação dos alimentos.
No acumulado em 12 meses, a inflação registra um avanço de 5,06%, acima do teto da meta do Banco Central para o ano, que é de 3%.
Já nos EUA, as atenções ficaram com o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês), que aumentou menos do que o esperado em fevereiro, com avanço de 0,2% no mês.
O resultado representa uma desaceleração em comparação a janeiro (0,5%), mas, segundo especialistas, a preocupação é que a melhora do indicador seja temporária, em meio ao cenário de tarifas agressivas sobre as importações por parte de Trump, que devem acelerar os custos da maioria dos produtos nos próximos meses.
Tarifas de Trump continuam no radar
O mercado também segue repercutindo os últimos desdobramentos da política tarifária do presidente dos EUA, Donald Trump, que podem impactar o país, com um aumento da inflação e redução do consumo, e o mundo todo, já que os norte-americanos são importantes parceiros comerciais de diversos países.
Na quarta-feira (12) começaram a valer as novas tarifas de 25% dos EUA sobre aço e alumínio importado de todos os parceiros comerciais do país, trazendo uma série de retaliações e reações ao redor do mundo.
O Canadá, por exemplo, que é o maior fornecedor de aço para os EUA anunciou US$ 20,6 bilhões em tarifas retaliatórias aos EUA a partir de quinta-feira (13), enquanto diversos países da Europa criticaram a medida.
No Brasil, que também está no topo do ranking de exportador de aço e alumínio para os norte-americanos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo está estudando medidas para proteger o setor siderúrgico brasileiro diante do aumento das tarifas norte-americanas.
Tarifas de 25% sobre aço e alumínio entram em vigor nos EUA; entenda os impactos para o Brasil
O secretário do comércio dos EUA, Howard Lutnick, disse nesta quarta-feira (12) que nada impedirá as tarifas de 25% sobre aço e alumínio até que a produção doméstica seja fortalecida, destacando que Trump ainda deve acrescentar o cobre às suas proteções comerciais.
As novas tarifas reforçam o cenário de incerteza global e os temores de que os EUA e o mundo possam ver um novo aumento de preços e uma desaceleração da economia.
Em entrevista à Fox News no último domingo (9), por exemplo, Trump não descartou uma recessão e um aumento de preços no “período transitório” (de implementação) de suas medidas, e minimizou as preocupações das empresas com a falta de clareza de suas políticas tarifárias.
“A incerteza e a volatilidade continuam neste mercado”, disse Mona Mahajan, chefe de estratégia de investimentos da Edward Jones, à Reuters. “O crescimento econômico começou a desacelerar antes mesmo da incerteza tarifária nos EUA. Isso não é incomum no primeiro trimestre do ano, mas o que é incomum é aumentar a incerteza em torno da política.”
No começo da tarde desta quarta, Trump também voltou a falar sobre o assunto, reforçando algumas de suas ameaças tarifárias e criticando o posicionamento de alguns países.
O presidente afirmou que “com certeza haverá tarifas sobre os carros” e que vai impor as tarifas recíprocas, inclusive respondendo às retaliações dos países que já foram taxados. Sobre a possibilidade de ter flexibilidade na tarifação para determinados setores ou países, Trump disse que “haverá muito pouca flexibilidade”.
Segundo Trump, as medidas farão com que os EUA sejam “financeiramente mais fortes do que nunca”.
“Acredito que os mercados vão disparar quando eles verem o que está acontecendo. Muitas grandes empresas me ligam todos os dias, falei com o Business Roundtable ontem. Tivemos uma grande conversa, foi muito boa, e há muito otimismo sobre o nosso país, em termos de regulações e impostos que estão sendo cortados”, disse o presidente.
*Com informações da agência de notícias Reuters