
Polícia Civil já prendeu três pessoas por envolvimento no crime. Delegado afirma que organização criminosa determinou a execução da vítima e utilizou uma amiga dele para atraí-lo até o local da execução, onde ele foi esfaqueado pelas costas e teve o corpo jogado no rio. Polícia investiga envolvimento de pessoas próximas a João Vitor pela morte do jovem
Arquivo pessoal
Colaborou o vídeorrepórter Mazinho Rogério,
Mais duas pessoas foram presas por suspeita de envolvimento na morte do jovem João Victor da Silva Borges, de 21 anos, que desapareceu no último sábado (8) após sair de casa em Cruzeiro do Sul, no interior do Acre.
De acordo com o delegado Heverton Carvalho, um dos presos é suspeito de ser o mandante do crime, e o outro participou da execução de João Victor.
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“Até o momento foram três pessoas [presas]. Você tem um mandante, pessoa que teve envolvimento direto, a partir de uma situação que gerou um clamor, nós temos uma das pessoas que estavam no local, que presenciou, e a gente também tem essa amiga que fez essa condução do jovem até esse local, onde ele foi brutalmente executado”, explicou o delegado.
Corpo de jovem de 21 anos que estava desaparecido é encontrado em rio
O corpo dele foi encontrado nessa terça-feira (11) no Rio Juruá, e, segundo a família do jovem, ele estava com as mãos amarradas e tinha perfurações de faca no rosto e pescoço. O corpo foi liberado pelo IML ainda na tarde de terça e já foi sepultado.
Logo após o corpo de João Victor se encontrado, a Polícia Civil prendeu uma amiga do rapaz suspeita de atraí-lo até os criminosos. Lá, segundo o delegado, João Victor foi executado por membros de uma facção criminosa.
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A principal linha de investigação segue sendo a de que uma organização criminosa determinou a morte de João Victor. O delegado ainda não informou o que ocasionou a ordem, mas voltou a dizer que lideranças da facção decidiram executar o jovem.
“Aconteceu um julgamento pelo ‘Tribunal do Crime’, por algumas atitudes que ele acabou cometendo, houve situações que desagradaram, e aí ele foi submetido a esse julgamento. O jovem vítima não tinha nenhum envolvimento com a organização criminosa, mas acabou sendo responsabilizado por algumas coisas que haviam ocorrido, isso revoltou essas pessoas que fazem parte da organização criminosa, e resolveram utilizar de uma amiga faccionada para levar o jovem João até esse local, ali no bairro da Conquista, e lá fazer essa execução de forma brutal”, ressaltou.
Ainda conforme o delegado, as investigações continuam para apurar a motivação por trás do crime e se há o envolvimento de mais suspeitos.
Os presos confirmaram ter presenciado o crime e todo o percurso até o local da execução descrito pela polícia. Porém, ninguém confirmou ter desferido as facadas que mataram João Vitor.
“[Confirmaram] o fato de ter transportado, o fato de estar no local do crime, de presenciar a execução. Por mais que não afirmem diretamente que executaram, no sentido de empunhar a faca ou executar no próprio sentido literal, mas eles estavam presentes, fizeram esse transporte e acompanharam todo aquele julgamento ali. Pelas imagens do corpo, verifica-se que ele foi esfaqueado pelas costas, depois amarrado e jogado no leito do Rio Juruá para dar um sumiço no corpo”, acrescentou.
Colaborou o vídeorrepórter Mazinho Rogério, da Rede Amazônica Acre.
Operação Oráculo
Ainda pela manhã, os bombeiros do município confirmaram que tinham retirado um cadáver de um homem de dentro do rio. O cadáver foi encontrado durante a Operação Oráculo, deflagrada pela Polícia Militar para levantar informações sobre o paradeiro de João Victor.
Durante a ação, um homem foi preso com um mandado de prisão em aberto. Ele foi levado a uma delegacia para prestar depoimento à Polícia Civil.
Por conta do avançado estado de decomposição, o corpo de João Victor saiu do IML direto para o Cemitério Jardim da Paz.
Angústia da família
Verônica Silva, mãe de João Victor, procurou a Delegacia Geral de Polícia Civil na segunda-feira (10) para pedir ajuda para encontrar o filho. Ela afirmou que antes de sair, o jovem apenas se despediu dela, falou que a amava e que em breve retornaria.
João Victor da Silva Borges saiu de casa no último sábado e família faz buscas
Conforme a polícia, antes de ser morta, a vítima foi submetida ao julgamento do ‘tribunal do crime’. “Foi brutalmente executado. A polícia já concluiu que o local da morte é diferente do local onde foi encontrado, são áreas expostas em Cruzeiro do Sul. Então, vemos a participação de outras pessoas”, confirmou Heverton Carvalho.
Ainda segundo as investigações, a suspeita tem envolvimento com facções criminosos. Familiares confirmaram ao g1 que não conhecem a suspeita, que ela não era próxima da família, mas apenas de João Victor.
A polícia confirmou também que João Victor se envolveu em uma briga com uma vizinha no último dia 3. O rapaz acionou a PM-AC após encontrar carne com chumbinho, veneno para rato, com o gato de estimação.
O animal pulou o muro da vizinha e voltado com o alimento na boca. A vizinha teria confessado que colocou o veneno para matar os ratos, contudo, o jovem chamou a polícia e a mulher foi presa em flagrante por maus-tratos.
Dias depois, o jovem teria segurado um homem que tentava fugir de uma abordagem policial na cidade. Segundo o delegado Heverton Carvalho, nenhuma das situações motivaram a morte do rapaz.
VÍDEOS: g1