
A Guatemala declarou alerta laranja após o Vulcão de Fogo, considerado o mais ativo e perigoso de toda a América Central, entrar em erupção. Embora, até o momento, as pessoas não tenham sido evacuadas, a Coordenadoria Nacional para a Redução de Desastres (Conred) determinou o fechamento e controle do tráfego em uma rodovia próxima.
O vulcão, localizado a 35 km da capital, já apresentava mudanças desde meados de janeiro, lançando colunas de gás, cinzas e rochas. Neste domingo (9), a partir das 21h (horário local), foi declarado “um aumento considerável da atividade efusiva do vulcão de Fogo”, que se manifestou “por meio de uma fonte de lava de 300 metros de altura sobre a sua cratera”.
“A erupção efusiva é acompanhada de incandescência, avalanches e estrondos”, detalha o Boletim Vulcanológico Especial emitido pelo Instituto Nacional de Sismologia, Vulcanologia, Meteorologia e Hidrologia da Guatemala (INSIVUMEH) nas redes sociais.
O relatório acrescentou que, “como parte da atividade, a coluna eruptiva de gás e cinzas” se dispersava na noite de domingo “em direção ao Noroeste, Oeste e Sudoeste, atingindo uma altura máxima de 7 mil metros acima do nível do mar e se estendendo por 50 quilômetros”.
Nas primeiras horas, foi registrada “queda de cinzas fraca e contínua em comunidades localizadas nas laterais do vulcão”.
“A rede de vigilância vulcânica do INSIVUMEH reporta a descida de fluxos piroclásticos (fragmentos de rocha) nos vales Las Lajas, El Jute, Seca e Ceniza, sendo de características fracas a moderadas, mas com possibilidade de intensificação nos próximos instantes. Os fluxos piroclásticos podem causar queda intensa de cinzas, o que poderia afetar os municípios de Alotenango, Escuintla, Siquinalá, San Pedro Yepocapa e Acatenango. Não se descarta a possibilidade de que os fluxos alcancem outras ravinas do vulcão de Fogo”, indicaram os últimos informes.
“Eles se caracterizam por seu extremo poder destrutivo devido às suas altas temperaturas (até 600 °C), sua alta velocidade de deslocamento (até 500 km/h) e seu alcance (entre 5 e 20 km a partir do cume do vulcão)”, acrescentou o relatório. Além disso, foi esclarecido que, “devido à sua velocidade e temperatura elevadas, os fluxos piroclásticos são fenômenos altamente letais”.
A porta-voz da Coordenadoria, María Salguero, esclareceu que, até o momento, não foram registradas evacuações, mas “monitoramentos e verificações estão sendo realizados para analisar essa necessidade”.
As recomendações emitidas pela Conred para a população em geral incluem seguir as instruções das autoridades locais, evitar se colocar em risco ao se aproximar das ravinas, criar um plano de fulga com suas famílias e preparar uma mochila de emergência para 72 horas, além de considerar a autoevacuação, se necessário.
O vulcão de Fogo causou, em 2018, uma avalanche de material vulcânico que devastou uma comunidade, deixando 215 mortos e um número semelhante de desaparecidos.
Já em 2022, uma erupção gerou um fluxo de lava de 800 metros de comprimento e uma coluna de cinzas que atingiu 5.000 metros acima do nível do mar.
Confia o vídeo do vulcão em erupção: