A música sobre ChatGPT ‘gravada’ por dupla sertaneja fictícia que chegou ao streaming


Faixa lançada nas plataformas em nome de João Miguel & Pedro Henrique foi uma ideia de um produtor musical. Ele usou inteligência artificial para criar o nome da dupla e a capa do single. Capa do single ‘ChatGPT’, lançada em nome da dupla fictícia João Miguel e Pedro Henrique, foi criada com inteligência artificial
Reprodução
O ChatGPT se tornou tão popular que ganhou até um sertanejo para chamar de seu. A ferramenta virou tema de música lançada em nome de João Miguel & Pedro Henrique. Mas há um “pequeno” detalhe: a dupla não existe de verdade e não passa de uma criação de inteligência artificial (IA).
A música ficou famosa no TikTok, onde um vídeo sobre seu processo de criação alcançou mais de 170 mil visualizações (assista abaixo). No Spotify, a faixa tem cerca de 20 mil reproduções.
Quem teve a ideia foi o produtor musical carioca Diogo Tupinambá, de 28 anos. Ele decidiu produzir a faixa depois de perceber que muitas músicas sertanejas falam sobre tecnologia. É o caso de “Notificação Preferida” e “Waze Falou”, ambas de Zé Neto & Cristiano.
E, como não queria usar seu nome na música, Diogo recorreu à inteligência artificial. Usou o ChatGPT para pedir sugestões de nomes de duplas sertanejas que não existem e criou a foto dos cantores fictícios por meio de um robô “desenhista”.
“ChatGPT, faz um recadinho pra ela voltar pra mim. Escreve dizendo que eu ainda tô a fim e que o nosso amor ainda não pode acabar”, diz o refrão.
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Para o produtor, o sertanejo universitário tem como característica se aproximar do cotidiano das pessoas.
“É por isso que utilizar as tecnologias que estão intensamente presentes no dia a dia de todos é uma excelente maneira de estabelecer essa conexão”, opinou, em entrevista ao g1.
Diogo chegou a pedir para o ChatGPT criar a letra, mas não gostou da sugestão. Por isso, ele decidiu escrevê-la junto com Maria Luiza, sua namorada. O produtor também contou com a ajuda de amigos para gravar as vozes e mixar a faixa, que ficou com uma cara de gravação “ao vivo”.
O ChatGPT não se saiu tão bem para compor a letra, mas Diogo entende que a ferramenta causa uma revolução com pontos positivos e negativos. Ele comparou a inteligência artificial com o surgimento da internet, que prejudicou a venda de CDs, mas facilitou o trabalho de artistas independentes.
“As pessoas tiveram que se adaptar à nova realidade e lidar da melhor maneira possível. Acredito que a IA seja mais ou menos assim, incomodando alguns e ajudando outros. A grande sacada aqui é se tornar adaptável aos cenários que surgirão”, afirmou.
O produtor tinha dúvidas sobre como a música seria recebida, já que o ChatGPT não está tão presente no dia a dia das pessoas quanto aplicativos como WhatsApp. “Fiquei genuinamente surpreso com a quantidade de pessoas que assistiram e compartilharam o conteúdo em um período tão curto”, disse.
Agora, o produtor busca inspiração para a próxima música de João Miguel & Pedro Henrique. E adianta que a faixa “ChatGPT” está à disposição para ser regravada, agora por uma dupla de verdade.
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