Polícia usou o sinal de celular de Denis Antonio Martins para comprovar que ele estava no local do crime no dia da execução. Cabo foi detido nesta quinta (16) pela Corregedoria da PM. O cabo da Polícia Militar Denis Antonio Martins, acusado de ser o atirador que executou o delator da facção criminosa PCC, Vinicius Gritzbach.
Montagem/g1/Reprodução/TV Globo
O cabo da Polícia Militar Denis Antonio Martins, de 40 anos, preso nesta quinta-feira (16) pela Corregedoria da PM, acusado de ser o atirador que executou o delator da facção criminosa PCC, Vinicius Gritzbach, foi identificado após um procedimento que identificou o sinal do seu telefone.
Segundo o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite:
A polícia quebrou o sigilo telefônico do suspeito para rastrear seus movimentos e as mensagens trocadas;
A localização do suspeito foi identificada por sinais de telefonia;
O sinal do celular indicou que ele estava na cena do crime no momento da execução.
A partir do momento que foi comprovada pelo sinal do celular que Denis estava na cena do crime, a polícia passou a fazer comparações fotográficas para confirmar. Também foi feito reconhecimento facial.
“Foi usado o sistema de reconhecimento facial para ver se a imagem que tinha batia com a imagem de dentro do ônibus. [O reconhecimento] deu um percentual considerável de aceitação”, afirmou Derrite.
Foram utilizadas imagens de:
Câmeras de segurança
De dentro do ônibus
Fotos de arquivo do suspeito
Veja como foi identificado o acusado de executar delator do PCC.
Bruna Azevedo/arte g1
Quem é o acusado?
Com salário mensal de cerca de R$ 5.300 por mês da corporação, Martins foi identificado depois de uma denúncia que chegou aos corregedores após a divulgação de um retrato falado com possíveis características do suspeito que disparou dez tiros contra Gritzbach, na saída do Aeroporto Internacional de SP, em Guarulhos. A identificação também foi feita por uma tatuagem que ele tem no braço.
O g1 tenta contato com a defesa de Denis.
A hierarquia da Polícia Militar é composta por duas carreiras: oficiais e praças. Os cabos fazem parte da carreira de praças.
A ordem hierárquica dos praças é: soldado, cabo, terceiro-sargento, segundo-sargento, primeiro-sargento, subtenente.
A ordem hierárquica dos oficiais é: coronel, tenente-coronel, major, capitão, primeiro-tenente, segundo-tenente, aspirante a oficial.
O comandante-geral é o oficial superior que comanda a PM.
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O crime aconteceu em novembro do ano passado, no momento em que Gritzbach desembarcava em SP, após uma viagem com a namorada para Alagoas. Na época, dois atiradores deixaram um carro preto com armas de grosso calibre e dispararam contra o delator.
Após o assassinato, os atiradores saíram do local do crime e embarcaram em um ônibus público da cidade de Guarulhos.
Retrato falado do suposto atirador do aeroporto de Guarulhos, que fugiu do local em um ônibus público.
Reprodução/TV Globo
Trabalho de inteligência
Segundo o secretário da Segurança Pública de SP, Guilherme Derrite, as investigações da polícia chegaram ao atirador por meio de cruzamento de dados, quebra do sigilo telefônico, utilização das estações rádio-base e análise de sinal de telefonia.
“Nós precisávamos de comparações para saber se ele realmente estava lá. E aí foi utilizada a comparação das imagens, de vídeo, imagens de dentro do ônibus, com as imagens que nós tínhamos desse policial que foi preso na data de hoje. Também o sistema de reconhecimento facial pra ver se a imagem que tinha batia com a imagem de dentro do ônibus e deu um percentual considerável de aceitação”, afirmou Derrite.
Segundo o secretário da Segurança, o objetivo da investigação agora é nos próximos 30 dias tentar encontrar mais ligações de Denis Antoni com o episódio e com o outro comparsa armado, que fugiu com ele da cena do crime no aeroporto e ainda não foi identificado pela polícia.
“O nosso objetivo agora, nesses 30 dias, é principalmente com a questão do material genético e outras provas que podem ser encontradas, como no celular dele, que foi apreendido, na busca que foi realizada em sua residência”, disse Derrite.
No total, 15 PMs foram presos na operação da Corregedoria da PM nesta quinta (16), sendo 14 do núcleo de segurança pessoal do delator e o acusado de ser o atirador.
Em entrevista à TV Globo, o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, disse que as prisões mostram que a corporação não admite desvios de conduta e prometeu punição.
“É inadmissível o envolvimento de agentes da lei com o crime seja da Polícia Militar, da Polícia Civil. Aqueles que tiverem desvios de conduta, em especial envolvimento o crime organizado, serão severamente punidos”, afirmou.
Execução de Gritzbach
Vinícius Gritzbach
Reprodução/TV Globo
Câmeras de segurança do aeroporto gravaram o assassinato de Gritzabach, cometido por homens encapuzados usando fuzis, que fugiram em seguida (veja vídeo abaixo).
Um motorista por aplicativo que estava ali no local acabou sendo atingido por um dos disparos e também morreu.
Dois suspeitos de participarem da execução foram presos dias depois por uma força-tarefa criada pelo governo paulista para investigar o caso.
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