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Criar atalhos e diminuir o número de ações necessárias para navegar é o requisito número 1 Já escrevi sobre o tema diversas vezes: os 50 mais representam o segmento de maior poder aquisitivo no planeta. Então, a pergunta para as empresas é: você está desenvolvendo seus produtos pensando nesse público? É a questão que a designer Michal Halperin Ben Zvi propõe a seus clientes.
Amigos no computador: design amigável é uma demanda para a navegação on-line de idosos
Ageing without limits
Autora do LOG IN, um manual de design amigável para idosos, Halperin Ben Zvi lamenta que, apesar de uma em cada oito pessoas ter mais de 60 anos – um grupo que soma um bilhão e alcançará a marca de 2 bilhões em 2050 – 40% não se sentem atendidos em suas necessidades. Adendo: é o segmento de consumidores que mais cresce no comércio on-line, mas dois em cada cinco indivíduos avaliam que a tecnologia não os leva em consideração.
A integração dos idosos ao mundo digital tem que ser encarada como um fator crítico para a expansão do mercado, em áreas como comunicação, finanças, saúde e bem-estar, entre outras. Uma experiência ruim em plataformas provoca um impacto negativo não apenas na qualidade de vida da pessoa, mas também para a marca, que não fideliza o cliente.
A designer fez um levantamento das dificuldades mais comuns relacionadas com o envelhecimento, enfatizando que a capacidade de aprendizado se mantém inalterada com a idade. Aqui estão algumas das dicas para desenvolvedores (e, claro, para os que encomendam os projetos):
Criar atalhos para diminuir o número de ações necessárias para navegar é o requisito número 1: uma hierarquia clara indica o que é importante para o usuário, demandando menor esforço. Fundamental que as etapas a serem cumpridas apareçam logo, de forma que não se tenha que procurar por elas.
Reduzir o número de elementos na tela, aumentando o espaço vazio entre eles, tornará a navegação mais simples e convidativa.
O que é importante tem que ficar no centro da tela. Os botões mais relevantes devem ser maiores e de fácil identificação. Além de atalhos, vale a pena criar redundâncias que ajudem o usuário a retomar a navegação.
Linguagem clara é essencial. Termos complexos podem não ser familiares para a audiência.
Limitar o número de caixas de diálogo previne uma sobrecarga de estímulo e auxilia a manter o foco.
Halperin Ben Zvi ensina que, como um declínio na memória pode dificultar a navegação on-line, o design precisa reforçar o senso de controle da pessoa, e nunca intimidá-la. Seguem os princípios a serem seguidos para obter tal resultado:
Em vez de a interface exigir que o usuário se lembre do que fez em visitas prévias, ela deve guiá-lo para reconhecer elementos familiares, indicando páginas já visitadas ou botões que foram utilizados.
Disponibilizar permanentemente um ícone de fácil identificação para retornar a páginas ou etapas anteriores.
Criar uma barra de progresso que ajude a pessoa a localizar em que ponto do processo se encontra.
Escolher um local privilegiado para as opções de ajuda. Os canais de acesso devem ser variados, incluindo um número de telefone e e-mail.
Evitar áreas muito pequenas para serem clicadas; ações com cliques duplos ou quaisquer outras que demandem precisão motora; e menus que se abrem automaticamente com o cursor, optando pelos que são clicados.