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Mãe com bebê de 26 dias precisa sair de casa as pressas na noite deste sábado (22). Idosa perdeu tudo. Defesa Civil informou que cerca de cinco mil pessoas foram afetadas por chuva deste sábado (22). Moradora do bairro João Paulo 2 teve a casa invadida pela água da chuva
Com um bebê de apenas 26 dias, a manicure Suane Thais Neri Teles, moradora da rua João Amâncio, bairro João Paulo 2, viu a casa dela encher de água em questão de minutos neste sábado (22). A idosa Maria Leni Rêgo da costa, 63 anos perdeu tudo, até mesmo a cama após a enxurrada atingir a moradia dela na rua São Bento, bairro João Paulo.
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A forte chuva que caiu durante a tarde desse sábado, em Rio Branco, causou o transbordamento do igarapé Batista e causou transtornos em pelo menos 17 bairros da capital.
Suane perdeu grande parte de suas coisas. Ela e o filho Marc Noah precisaram sair da casa e ela retornou na manhã deste domingo (23) para verificar a situação deixada pela chuva. “Estou de resguardo perdi todos os meus móveis. A água entrou de uma vez e não deu tempo de levantar as coisas”, disse. (Veja como ficou a casa dela no vídeo acima)
A manicure explica que estava controlando a situação com um rodo e um pano na porta da casa, porém chegou um momento em que perdeu o controle. Ela disse que como nunca havia entrado água dessa forma nesses 6 anos que mora no local, então nunca esperava que pudesse alagar.
“Aí começou a entrar de uma vez, por isso que não deu tempo a gente suspender. E como aqui nunca tinha entrado assim, tinha entrado uma vez há muitos anos atrás, mas em uma proporção muito menor, entrou só um pouquinho e não cheguei a perder nada. Na época eu levantei [as coisas] e dessa vez entrou muito, eu não achei que ia entrar dessa altura” afirma ela.
A mãe de Marc Noah, que ainda não completou nem um mês, ao retornar nesse domingo, encontrou a casa completamente suja de lama após a água escoar. Ela mesmo com a cirurgia da cesárea não estando completamente sarada, precisou fazer a limpeza do local e lamentou os bens perdidos.
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Filhas se desesperam
As filhas da idosa Maria Leni ficaram muito tristes com a situação enfrentada pela mãe. A mulher que vive apenas de um bolsa família de R$ 600 perdeu tudo com a alagação na casa dela (confira o vídeo acima).
A faxineira e filha Maria Eluane Rêgo da Costa explicou que por volta das 15h30 a água começou a entrar na casa e a mãe dela teve todos os móveis e eletrodomésticos atingidos. A mulher culpa as obras nos tanques da Estação de Tratamento de Água (ETA 2) pelo ocorrido.
“Não tem nem onde dormir. Perdemos colchão, perdemos tudo. Várias vezes aconteceu, mas agora foi pior. Nunca a água tinha dado na cintura e deu na cintura dentro de casa. A água vem toda da ETA, aí é por isso que prejudica a gente. Todo mundo daqui do João Paulo teve suas casas alagadas”, comenta Maria Eluane.
A faxineira pediu que as autoridades façam algo com relação a essas inundações. “Queria que as autoridades tomassem uma atitude. Porque eles não fazem nada pela gente, nem governador, nem prefeito, nem ninguém. Minha mãe chorou muito, mas pelo jeito ninguém pode fazer nada. A gente não pode ir embora da casa, porque ir para onde? Não tem para onde ir”, lamentou.
Neste domingo (23), os transtornos para a família ainda são grandes. A água da chuva já escoou, porém a água que deveria vir da Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) ainda não está saindo da torneira e Maria Eluane disse que não tem como limpar a casa.
“É muito triste e hoje não tem água para limpar a casa. Não está caindo água, vazou a água [da chuva], mas agora a casa tá suja. Tudo cheio de lama e não tem como dar uma limpada”, afirmou ela.
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Chuva
Segundo a Defesa Civil, choveu 84,60 mm nas últimas 24 horas e famílias precisaram ser retiradas de casa. O coordenador da Defesa Civil Municipal, tenente-coronel Cláudio Falcão, informou que cerca de cinco mil pessoas foram afetadas em toda capital.
As famílias retiradas pela Defesa Civil em barcos foram levadas para um abrigo na Escola Anice Dib Jatene, no bairro Geraldo Fleming. O coordenador pontuou que no local há a distribuição de kits de limpezas para os atingidos pela chuva.
Pelo menos 21 pessoas estão temporariamente acolhidas no abrigo público, enquanto cerca de 200 pessoas foram levadas para casas de familiares.
Os bairros afetados neste sábado foram: Vila Betel, Doca furtado, Placas, Boa União, Plácido de Castro, Bahia Nova, João Eduardo, Bahia Velha, João Paulo 2, Calafate, Sobral, Vilage Tiradentes, João Paulo, Habitar Brasil, bairro da Paz, Parque das Palmeiras e Geraldo Fleming.
Ruas ficaram alagadas após forte chuva
Reprodução
Baixada da Sobral
Nesse sábado, os moradores da Baixada da Sobral voltaram a fechar a principal avenida em protesto. Ao longo da noite, além da Defesa Civil, vereadores conversaram com os manifestantes para tentar liberar a via. O vice-prefeito Allyson Bestene e o presidente da Câmara de Vereadores Joabe Lira também foram ao local.
Na noite da última sexta-feira (21), moradores de ao menos quatro bairros da Baixada da Sobral já haviam fechado a rua principal da região em um protesto depois que tiveram as ruas e casas alagadas.
Segundo moradores, o problema ocorre há pelo menos cinco anos, mas ficou mais grave recentemente por causa de obras nos tanques da estação de tratamento de água (ETA 2). Eles afirmam que após o ínicio da construção, o Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) passou a desviar água para um igarapé que passa pela região.
VÍDEOS: g1