Corpo de Cacá Diegues é levado para cremação, no Rio


Um dos cineastas mais conhecidos do país, ele foi um dos fundadores do Cinema Novo. Ele era ocupante da cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras e foi enredo da escola de samba Inocentes de Belford Roxo. Corpo de Cacá Diegues é velado na ABL
O corpo de Cacá Diegues foi levado para a cremação, na tarde deste sábado (15), no Cemitério do Caju, na Zona Norte do Rio. A cerimônia será reservada a familiares e amigos.
O cineasta morreu na madrugada desta sexta-feira (14) no Rio, aos 84 anos, por complicações cardiocirculatórias, antes de passar por uma cirurgia.
Cacá era pai de quatro filhos, sendo dois deles do casamento com a cantora Nara Leão. Ele era casado, desde 1981, com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães. O cineasta deixa três netos.
O velório aconteceu mais cedo na Academia Brasileira de Letras (ABL) e foi aberto ao público.
Nomes das artes como Rosane Svartman e Glória Pires estiveram na despedida.
“Fica esse legado maravilhoso e esse exemplo de criador e uma pessoa que era tão inclusiva e afetuosa no fazer e na lida com os profissionais. Muita coisa linda, um legado bonito para quem está chegando”, afirmou Glória Pires.
Corpo de Cacá Diegues é velado na Academia Brasileira de Letras
Reprodução/ TV Globo
O escritor Ruy Castro destacou a importância da obra de Cacá para o país.
“Ele provou que era possível ser feliz até na ditadura e até ajudava na luta pela liberdade”, disse Ruy Castro.
O prefeito Eduardo Paes também esteve no velório para a despedida.
“A gente está falando de uma pessoa que ajudou a construir a identidade do Brasil através da arte dele, por meio do cinema. Um fundador do Cinema Novo. Um sujeito adiante, além do seu tempo. Eu tive a honra de conviver com ele nos últimos 15 anos, Cacá era meu vizinho. Volta e meia ele e a Renata estavam lá em casa conversando, trocando ideias. Vai fazer muita falta, mas é um homem que viveu uma vida intensa, bonita, e deixa um nobre legado”, afirmou o prefeito do Rio.
A atriz Mary Sheila fez questão dizer que o sentimento em relação ao cineasta é de gratidão.
“Eu sou toda gratidão, porque o cacá nos deu visibilidade, nos lançou, e subiu o Morro do Vidigal com todo o carinho, olhando a gente de igual para igual e nos dando tantas oportunidades. Eu sou grata pelo legado que ele deixou, pelas portas que ele abriu e pela arte de Cacá Diegues”, afirmou Mary Sheila.
O adeus a Cacá Diegues no Rio de Janeiro
O ator Babu Santana destacou a força do artista e o respeito ao retratar todas as realidades.
“Cacá foi um grande mestre do cinema. Foi um cara que olhou para a favela com um olhar de amor e, quando foi questionado resolveu dar a voz para a gente”, destacou.
Carlos José Fontes Diegues nasceu em Maceió no dia 19 de maio de 1940. Ele se mudou para o Rio com 6 anos de idade. Na capital fluminense, passou a infância e adolescência no bairro de Botafogo, na Zona Sul.
Cacá Diegues foi um dos fundadores do Cinema Novo ao lado de Glauber Rocha, Leon Hirszman, Paulo Cesar Saraceni, Joaquim Pedro de Andrade e outros cineastas.
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Pedro Bial no velório de Cacá Diegues na Academia Brasileira de Letras
Rogério Fidalgo/ Agnews
Cineasta Bruno Barreto no velório de Cacá Diegues
Rogério Fidalgo/ Agnews
Coroa de flores no velório do cineasta Cacá Diegues
Rogério Fidalgo/ Agnews
Coroa de flores no velório do cineasta Cacá Diegues
Rogério Fidalgo/ Agnews
Ator Babu Santana no velório do cineasta Cacá Diegues
Rogério Fidalgo/ Agnews
Atriz Cláudia Abreu no velório do cineasta Cacá Diegues
Rogério Fidalgo/ Agnews
Atriz Mariana Ximenes no velório do cineasta Cacá Diegues
Rogério Fidalgo/ Agnews
Gilberto Gil no velório de Cacá Diegues
Rogério Fidalgo/ Agnews
Atriz Isabel Filardis no velório do cineasta Cacá Diegues
Rogério Fidalgo/ Agnews
Daniel Filho no velório de Cacá Diegues na Academia Brasileira de Letras
Rogério Fidalgo/ Agnews
Cineasta Cacá Diegues morre no Rio
Obra
Ao longo da carreira de cineasta, Diegues fez mais de 20 filmes de longa-metragem. Entre os mais premiados estão “Xica da Silva” (1976), “Bye bye Brasil” (1980), “Veja esta canção” (1994), “Tieta do Agreste” (1995) e “Deus é brasileiro” (2003).
Também são filmes dele: “Ganga Zumba” (1964), “Os herdeiros” (1969), “Joanna Francesa” (1973), “Chuvas de verão” (1978), “Quilombo” (1984), “Um trem para as estrelas” (1987), “Orfeu” (1999), “O maior amor do mundo” (2005) e “O grande circo místico” (2018), inspirado na obra do poeta Jorge de Lima.
Cacá foi homenageado no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, em 2012, no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Enredo de escola de samba
O cineasta foi homenageado pela escola de samba Inocentes de Belford Roxo em 2016. A agremiação desfilava na então Série A do carnaval, e o enredo era “Cacá Diegues — Retratos de um Brasil em cena”.
O enredo foi do carnavalesco Márcio Puluker. Cacá desfilou no último carro, se emocionou, e definiu a apresentação da escola como um “grande encontro familiar”.
“Eu estou muito feliz em ser homenageado por uma escola de samba. Para mim, é um prazer inenarrável”, explicou Cacá.
(Confira entrevista com Cacá Diegues na concentração da Sapucaí)
Cacá Diegues diz que é uma honra ser o enredo de uma Escola de Samba
ABL
Cacá Diegues foi eleito como ocupante da cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL) em 2018. Ele herdou o lugar deixado pelo também cineasta Nelson Pereira dos Santos. Os dois eram amigos.
Antes deles, a Cadeira 7 já pertenceu a nomes como o do escritor Euclides da Cunha e do fundador da ABL Valentim Magalhães – que escolheu como patrono Castro Alves. Outros ocupantes: Euclides da Cunha, Afrânio Peixoto, Afonso Pena Júnior, Hermes Lima, Pontes de Miranda, Dinah Silveira de Queiroz e Sergio Corrêa da Costa.
Fotos de Cacá
Cacá Diegues, recebe homenagem no Grande Prêmio do Cinema Brasileiro
G1/Alexandre Durão
Cacá Diegues
Assessoria
Cacá Diegues durante apresentação do filme “O grande circo místico” no 71º Festival de Cannes
Alberto PIZZOLI / AFP
Cacá Diegues
Estadão Conteúdo

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